O grupo parlamentar Vox defendeu esta quinta-feira nas Cortes de Castela-La Mancha uma proposta não legal (PNL) que visa a adoção redução abrangente do imposto habitacional a fim de facilitar o acesso à casa dos jovens, … famílias e trabalhadores da região.
A iniciativa, apresentada pelo deputado do Vox David Moreno, denuncia a situação “crítica e sem precedentes” do mercado imobiliário em Castilla-La Mancha, especialmente nas províncias de Guadalajara e Toledo, onde os preços dos aluguéis estão em máximos históricos e a concorrência pela habitação está entre as mais altas de Espanha.
Moreno sublinhou que a falta de habitação “tem consequências catastróficas para a autonomia pessoal, a reconciliação e a capacidade de constituir família”, lembrando que os jovens destinam mais de 70% dos seus salários para pagar a habitação, que só 0,8% receberam auxílio-aluguel e apenas 10,6% dos menores de 29 anos têm direito à emancipação.
O MP alertou que esta situação obriga muitas pessoas a “viver em mini-apartamentos, quartos ou mesmo veículos”, apesar de terem emprego. Moreno citou a elevada carga tributária, os processos burocráticos e as “políticas bipartidárias que levaram ao aumento do preço final da habitação em até 30%” como os principais motivos.
Plano tributário para facilitar a compra de uma casa
O PNL Vox propõe um plano de redução de impostos centrado em três áreas: eliminação e redução de impostos associados à aquisição de casa própria; novas deduções regionais do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares para a compra, aluguer e restauração de residência permanente com especial atenção aos jovens, famílias numerosas e pessoas com deficiência, bem como bónus máximos em heranças, doações e bens.
Moreno sublinhou que estas medidas permitirão às famílias “direcionar os seus salários para uma hipoteca, e não para uma carga fiscal exorbitante”. A título de exemplo, destacou que comprar casa por 180 mil euros obriga atualmente os jovens a poupar mais de 50 mil euros, dos quais quase 20 mil são impostos.
Críticas à resposta do PP e Vox
Durante o debate, o legislador do Partido Popular, Nacho Redondo, qualificou a proposta de “populista e desprovida de memória económica”, alertando que cortes de impostos em grande escala poderiam prejudicar as receitas regionais. O Partido Popular defende a necessidade de resolver o problema da habitação “de forma cuidadosa, sistemática e sem discursos inflamados”, insistindo que a solução passa por ampliar a oferta de habitação pública, agilizar as licenças e melhorar a coordenação entre administrações.
Moreno censurou o Partido Popular por ter “acumulado aumentos de impostos habitacionais durante anos”, lembrando as medidas tomadas pelo governo de Mariano Rajoy e do ministro Montoro, que aumentaram o IVA sobre novas construções e reduziram as contribuições. A VOX também acusou o PP e o PSOE de não cumprirem os seus compromissos eleitorais em matéria de habitação e de prosseguirem “políticas que sufocam os jovens e as famílias”.
Por sua vez, o deputado socialista Alvaro Toconar defendeu a liderança do governo de Emiliano García-Pagé nas questões habitacionais, garantindo que “Castilla-La Mancha é uma das comunidades que são as primeiras a exigir o pagamento de prémios de arrendamento aos jovens” e que as taxas de impostos na região “já estão entre as mais baixas de Espanha”.
O PSOE acusou a VOX de “racismo e falta de rigor financeiro”, criticando que as suas propostas limitariam os benefícios para os cidadãos espanhóis, e alertou que os cortes propostos significariam 400 milhões de euros em cortes nos serviços públicos regionais. Da mesma forma, os socialistas recordaram que as comunidades governadas pelo PP e VOX “pagam mais impostos habitacionais do que em Castela-La Mancha”.
A PNL, proposta pelo Vox, recebeu o apoio de apenas 4 dos seus deputados, já que 27 do PSOE e do PP votaram contra.