dezembro 22, 2025
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Vladimir Putin intensificou o uso da chamada frota sombra pela Rússia para contornar as sanções ocidentais, alertou um especialista. A questão tem sido motivo de preocupação crescente este ano, com navios que se acredita fazerem parte da frota paralela do Kremlin ligados a ataques de drones e acusados ​​de cortar cabos submarinos na Europa.

Os navios são geralmente antigos petroleiros com proprietários duvidosos e bandeiras duvidosas. Gonzalo Saiz Erausquin, pesquisador do think tank Royal United Services Institute, disse que embora a frota paralela não seja uma ameaça nova, ela está desempenhando um papel cada vez mais importante. Ele disse que “se expandiu dramaticamente” após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

O especialista disse ao The Guardian: “Isso fez com que o que chamamos de frota sombra explodisse para entre 900 e 1.200 navios em todo o mundo.

“Não é muito estruturado ou homogêneo. São navios que os interesses russos podem comprar de segunda mão, navios-tanque de propriedade opaca ou pertencentes a empresas dispostas a se envolver em atividades ilícitas.”

A frota tem uma rede ilícita que a apoia, incluindo um aumento de websites de registo de bandeiras falsas e empresas opacas que facilitarão o comércio, informou o The Guardian.

Diz-se que o Irão e a Venezuela se inspiram na frota sombra da Rússia.

As três nações supostamente enviam cargas para clientes como Índia e China.

No início desta semana, a UE impôs sanções a mais 41 navios que disse fazerem parte da frota paralela de Moscovo, elevando o número total para quase 600.

Especialistas expressaram preocupação de que maiores esforços para monitorizar a frota paralela possam levar a confrontos, com sinais sugerindo que a Rússia está disposta a usar as suas forças armadas para proteger os petroleiros.

Estas preocupações foram ainda mais realçadas na sexta-feira, depois de a Ucrânia ter atacado um suposto navio-tanque com drones no Mediterrâneo.

Na terça-feira, Donald Trump disse que estava ordenando um “bloqueio” de petroleiros sancionados que saíam e entravam na Venezuela.

No sábado, as forças dos EUA apreenderam um petroleiro (supostamente não incluído na lista de navios sancionados do Tesouro dos EUA) em águas internacionais, marcando a segunda apreensão deste tipo este mês.

O incidente provocou fúria na Venezuela, com o governo do país descrevendo a última ação dos EUA como “roubo e sequestro”.

“Esses atos não ficarão impunes”, alertou.

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