Carlos Boyero analisou o filme dirigido por Guillermo Galoe em sua última crítica. O filme passa-se na Cañada Real, “o lugar escuro de Madrid”, segundo um especialista em cinema, que se refere assim ao maior assentamento irregular da Europa localizado nesta comunidade. A obra sobre a qual ele expressa sua opinião é Cidade sem dormirque parece ser uma mistura de ficção e documentário: “Acho que o que vejo e ouço é real, não há manipulação do espectador, mas isso não significa que estou engajado ou emocionado com o material”.
Boyero descreve a Cañada Real como um ambiente difícil e explica suas referências: “Nunca estive em um lugar tão inóspito, mas conheço pessoas que passaram por lá em busca de alimento para suas veias rompidas. Ou seja, drogas pesadas. E também pelas circunstâncias de seu trabalho. E dizem que o cenário é sombrio”. Lá está sendo filmada uma história, estrelada por vizinhos, sobre uma família nascida e criada aqui e que está prestes a se mudar para moradias públicas.
E embora elogie a personagem da menina “angustiada, mais esperta que a fome” e a atmosfera criada, ela acredita que precisa de algo mais e que o filme não pode dar isso a ela: “Meu humor não muda durante o espetáculo. “O facto de tudo parecer ou ser real, de estarem a filmar um pedaço da realidade, não considero o valor mais importante do cinema. Estou pronto a acreditar em mentiras se conseguir me envolver no que me contam”, conclui.
Se quiser ler a resenha completa de Carlos Boyero, você pode fazê-lo seguindo este link: “Cidade sem sonho”: realidade, ficção, mistura? Ignorando tudo.
Cidade sem dormir
Endereço: Guilherme Galo.
Artistas: Antonio Fernández Gabarre, Bilal Cedraoui, Jesus Fernández Silva, Luis Bertolo.
Chão: drama. Espanha, 2025.
Duração: 97 minutos.
Estreia: 21 de novembro.