El Independente relata que o obstáculo surgiu em junho, quando a Navantia confirmou um estudo de viabilidade para um porta-aviões convencional baseado no francês Charles de Gaulle. Desde então, Ferrol e Madrid repetiram a mesma mensagem: a Marinha não quer perder os seus aviões de asa fixa, função que os seus Harriers desempenham há quatro décadas.
Este cenário de transição forçada, agravado pela possível retirada do F-35B, tem levado os comandantes operacionais a defender mudanças doutrinárias, segundo fontes da Marinha: porta-aviões KATOBAR isto permite que aeronaves não STOVL operem e apoiem projeções da aviação naval longe da costa, especialmente em missões da OTAN.
Por que a Marinha tem medo de ficar sem aviação aérea?
As tripulações da 9th Airlift Wing lembram que o Harrier atingirá seu fim logístico entre 2030 e 2035. A alternativa natural, o F-35B, permaneceu no ar depois que o governo disse em agosto que comprá-lo “não era uma prioridade”. Para a Marinha, segundo fontes internas, essa frase foi interpretada como um “ponto sem volta”.
O que está realmente em jogo: as capacidades da OTAN
| Parâmetro | Valor |
|---|---|
| Janela sem batente | De 8 a 12 anos, se não houver F-35B ou porta-aviões convencional. |
| Custo estimado do CATOBAR | De 4.000 a 6.500 milhões de euros segundo modelos da NATO (CRS 2024) |
| Período de construção | Dos 9 aos 11 anos (com parceiro tecnológico) |
Uma nota técnica do Serviço de Investigação do Congresso de 2024, citada pelos comandantes da NATO em Bruxelas, alerta que “as marinhas que perderem a sua asa fixa levarão uma geração a recuperá-la”. É o facto oculto que mais preocupa Cartagena: a capacidade de lançar e relançar aeronaves deteriora-se rapidamente se não for treinada todos os anos.
Argumentos que têm maior peso na Marinha
- Harriers estão em serviço desde 1996. De acordo com a documentação do Pentágono, mantê-lo para além de 2034 implica um risco de segurança.
- Juan Carlos I não aceita aeronaves não STOVL.o que limita qualquer avanço doutrinário em direção ao FCAS naval.
- Devido à retirada das asas fixas, a Espanha ficará com 0 caças a bordo. enquanto França, Itália, Reino Unido e EUA mantêm uma asa fixa permanente.
Faz sentido um porta-aviões espanhol baseado em catapulta?
A Navantia já apresentou à Marinha um conceito preliminar com convés longo, pista inclinada, hangar profundo e capacidade de integração de catapultas EMALS. Os técnicos do estaleiro explicam que “a complexidade é comparável à do submarino S-80, mas o risco tecnológico é reduzido com o envolvimento de um parceiro especializado em catapultas e sistemas de travagem”.
Fontes do sector indicam que a França, através do Grupo Naval, será um parceiro natural. Em 2023, um técnico francês citado pela RAND Europe lembrou que “as interações da força aérea no sul da Europa baseiam-se em plataformas de catapultas e não em navios STOVL”.
Impacto operacional: autonomia e dissuasão
- Um porta-aviões convencional permitiria a operação aeronaves existentes sem STOVL durante 10 anos enquanto a Espanha prepara um FCAS naval.
Uma decisão que marcará a próxima década
O dilema resume-se da seguinte forma: se a Espanha abandonar o F-35B e não promover o porta-aviões CATOBAR, a Marinha perderá a sua força aérea aerotransportada por mais de uma década. Os comandantes entrevistados acreditam que “esta janela é de importância estratégica e, se for perdida, custará uma geração para ser restaurada”. A mesma ideia já circula entre o cais de Ferrol e os escritórios do Ministério da Defesa: O futuro das aeronaves espanholas dependerá de um porta-aviões que ainda não existe.