novembro 22, 2025
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Os advogados do ex-Presidente Jair Bolsonaro, condenado em setembro num julgamento histórico a 27 anos de prisão por ser o mentor de uma tentativa de golpe de Estado depois de perder uma eleição, pediram esta sexta-feira ao Supremo Tribunal que lhe permita cumprir a pena “em prisão domiciliária humanitária” porque a sua transferência para a prisão “tem graves consequências e representa uma ameaça à sua vida”. A defesa cita diversos problemas de saúde como argumentos. Ou seja, o ex-presidente pretende continuar no mesmo regime em que está desde agosto, em sua casa em Brasília, com a família, com pulseira eletrônica e sob vigilância policial. O juiz de instrução do caso, Alexandre de Moraes, ordenou esta detenção para neutralizar qualquer risco de fuga.

O fugitivo era um de seus colegas no banco dos réus, o legislador brasileiro Alexandre Ramagem, condenado a 16 anos de prisão junto com Bolsonaro por seu papel no núcleo central da conspiração golpista de Bolsonaro. Ramagem encontra-se numa situação semelhante à do antigo Presidente, que deve recorrer a um último recurso antes de o veredicto se tornar definitivo, e deve começar a executá-lo.

Enquanto circulavam as especulações jornalísticas sobre se Bolsonaro iria parar na prisão e, em caso afirmativo, qual (segurança máxima, militar, delegacia…), na quarta-feira foi divulgado um exclusivo da mídia digital da PlatôBR: Ramagem se passa em um complexo de elite em Miami, nos EUA, onde foi fotografado com sua esposa. Nesta sexta-feira, dois dias após a revelação, um juiz determinou sua prisão. Ele é o quarto parlamentar de Bolsonaro a ser investigado ou condenado por fuga para o exterior. Dezenas de apoiadores comuns de Bolsonaro fugiram, alguns deles buscando asilo na Argentina. Até Bolsonaro pensou em pedir ajuda a Miley e seguir esse caminho.

Ramagem, que Bolsonaro encarregou da espionagem como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), é, assim como sua esposa, comissário de polícia de profissão. O Supremo Tribunal Federal confirmou que o conspirador condenado está impedido de sair do Brasil e ordenou que ele entregasse seu passaporte. Segundo a imprensa brasileira, além do passaporte comum, como parlamentar ele possuía um diplomático. Informações sobre sua fuga indicam que ele viajou do Rio de Janeiro para Boa Vista, capital de Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela e a Guiana, onde o casal trabalhava como policial. Segundo a mesma fonte, o condenado atravessou a fronteira por via terrestre, desconhecendo-se quais os documentos, e de lá mudou-se para Miami.

Suspeita-se que, para enganar, o conspirador golpista condenado Ramagem forneceu ao Congresso alguns atestados médicos que lhe permitiram participar nas eleições parlamentares mesmo depois de a sua fuga ter sido concluída. O juiz Moraes, que confiscou o passaporte de Bolsonaro no início da investigação, decidirá, como investigador do caso, se o presidente permanecerá em casa por problemas de saúde ou se poderá ser colocado em um centro penitenciário.

Esta fuga foi precedida pela fuga do deputado Bolsonaro, que fugiu para Itália depois de ter sido condenado a 10 anos de prisão (Brasília solicitou a sua extradição), pela fuga de outro deputado sob investigação que acidentalmente decidiu regressar ao seu país, e pela fuga de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, que, tendo-se estabelecido nos Estados Unidos, escapou. salão A favor do pai, foi acusado de coagir um julgamento que condenou o seu pai, um polícia agora fugitivo e vários generais, o primeiro na história a ser condenado por um golpe de Estado.