Lina é venezuelana e tem 67 anos. Destes, viveu em Espanha durante os últimos 18 anos. Ele admite que deixou o seu país “por razões políticas”. Geóloga de profissão, ela foi demitida junto com outras 21 mil pessoas em 2003, durante o reinado de Hugo Chávez. Ele … O motivo: “Protesto”, explica ele à ABC enquanto aguarda o início da Marcha pela Paz e Liberdade em Madrid, convocada pelo partido liderado pela oposição Vente Venezuela. Maria Corina Machado.
A cotação é global. A organização conseguiu atrair a participação de 130 cidades de mais de 31 países, explica José Antonio Vega, um dos coordenadores do comando Vzla España. Esperava-se um grande influxo. “Mais do que as chamadas anteriores”, afirma Gabriela Olavarria, outra coordenadora, que reconhece que as pessoas têm “medo de ir para junto das suas famílias” ainda na Venezuela. Medo de represálias do regime, que prendeu mil pessoas por dissidência.
Este sábado soube-se com certeza que o ex-governador do estado de Nueva Esparta havia falecido. Alfredo Diaz durante o “veredicto injusto” na prisão El Helicoide, em Caracas, conforme relatado pela Plataforma Democrática Unitária em sua conta nas redes sociais
“Mas estamos tão perto de alcançar a liberdade que as pessoas superaram o medo”, diz Gabriela, que define a marcha como “um símbolo de paz e esperança para os venezuelanos”. Isto não é uma celebração, mas sim um reconhecimento dos 27 anos de luta” que o chavismo teve no poder. Prêmio Nobel da Paz aprova as atividades do líder da oposição. Outro dissidente histórico. Leopoldo Lópezliderou uma marcha pelas ruas de Madrid.
Sobre o anúncio feito neste sábado pelo Instituto Nobel de que Machado irá receber o prêmio, um mistério que paira desde a premiação, Gabriela é cautelosa: “Não temos provas. É uma questão de segurança que é prioritária”. Vega, por sua vez, trata essas informações com “prudência e responsabilidade”. Os detalhes serão anunciados oportunamente”, afirmou.
Lina, porém, não esconde a “empolgação” com a possibilidade de Machado vir para Oslo. Quanto à justeza da premiação, ele não tem dúvidas: “Graças à sua liderança, nossa causa ficou conhecida”, enfatiza. Isso lhe deu visibilidade. “Ela uniu nossas esperanças.”
A oposição Leopoldo Lopez lidera uma marcha em Madrid, onde a imagem de Maria Corina Machado esteve muito presente e houve muitos cartazes contra o ditador chavista.
Ao lado dela está o marido, Bruno, de 67 anos, que foi demitido no mesmo expurgo que a matou. Questionada sobre a possibilidade de Machado, caso ela partisse, pudesse regressar à Venezuela, ela insiste que “se não pudesse, eu não a julgaria. “Ele passou muito tempo na sua vida, a sua mensagem continuará a ser poderosa”. “Ela nos fez compreender o perigo que enfrentamos”, acrescenta Lina, que também viveu a perseguição “em primeira mão”. Palavras como “Trump” ou “invasão” podem levar você à prisão.
“Graças à sua liderança, nosso caso se tornou conhecido. Deu-lhe visibilidade. “Ela uniu nossas esperanças.”
Em outra parte da marcha, duas mulheres, ambas chamadas Carolina, discordam sobre se Maria Corina Machado já deixou a Venezuela ou não. Um deles, de 55 anos, está no nosso país há quase 25 anos. “Chávez venceu, salvei e vim. Não vi um bom histórico.” Por ser filha de espanhóis, foi mais fácil para ela partir. Como muitos, ele acredita que o Prémio Nobel da Paz não pertence a uma pessoa, “mas a todos os venezuelanos que estão envolvidos nesta luta”.
Enquanto conversamos, uma pessoa da organização distribui cartazes com slogans como “O Nobel é nosso”, “O Nobel é meu”. Entre o fluxo de bandeiras venezuelanas estão outras com slogans como “O Prêmio Nobel pertence àqueles que estão presos injustamente”, “Um mundo justo”, “Paz e liberdade na Venezuela” e “Maduro? Podre!”.