Dois policiais que realizavam trabalhos de inteligência e investigação na última terça-feira no estado de Jalisco desapareceram, anunciou a Secretaria Federal de Segurança em comunicado nesta quarta-feira. Os agentes viajavam em carro oficial para a cidade de Guadalajara, localizada no coração do território, quando as autoridades perderam contato com eles. O carro foi descoberto no Paseo de los Virreyes, localizado ao norte de Zapopan, a apenas 10 quilômetros do centro da capital Guadalajara.
A Secretaria de Segurança não forneceu mais informações sobre o caso, nem as identidades dos agentes nem para onde partiram. No entanto, a agência disse que está em constante comunicação com as autoridades de Jalisco e trabalhando com a Secretaria de Defesa, a Marinha e a Guarda Militar para encontrar os dois policiais desaparecidos. “As famílias Element contam com o apoio e apoio absoluto desta instituição, que se mantém atenta para lhes prestar todo o apoio que necessitam.”
O desaparecimento dos dois agentes é o exemplo mais recente da dura realidade que Jalisco enfrenta, área que tem o maior número de desaparecidos no país, com 15.983, segundo um registo governamental. As cidades de Guadalajara (5.289 desaparecidos) e Zapopan (3.735 pessoas) são dois grandes pontos negros que agravam o horror deste fenómeno neste território. O estado também apresenta o maior acúmulo de agentes não detectados, com 84 casos notificados em seis anos. Destes, 42 pessoas morreram.
Mas este não é apenas um fenómeno estatal. O rasto do crime organizado fez dos desaparecimentos um dos problemas mais graves do país. Os últimos dados do governo mexicano mostram que 133.618 pessoas estão desaparecidas no país, um número que mantém associações e equipas de busca em alerta. O Instituto Mexicano para os Direitos Humanos e a Democracia afirma que o número de pessoas desaparecidas continua a aumentar e alerta para a falta de uma “resposta oficial clara e decisiva”.