dezembro 30, 2025
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Os preços das casas em Espanha terminaram 2025 com os preços por metro quadrado a atingirem um máximo histórico de 3.298 euros, depois de terem subido 8,9% em termos homólogos, o ritmo mais rápido desde 2006, quando estávamos no auge da bolha imobiliária. O facto de este número ter sido alcançado hoje, sem bolha financeira ou expansão do crédito, mostra algo ainda mais alarmante: O principal fator de distorção não é o mercado, mas o Estado. A lei habitacional, cujo capital político Pedro Sánchez permitiu a E.H. Bild, é uma lei que não atingiu todos os seus objetivos. Devido a medidas que impedem a oferta de habitação e agravam a instabilidade jurídica, o acesso à habitação tornou-se um privilégio inatingível para a maioria. A renovação do chamado “escudo social” proposto pelo esquerdista Aberzahl, que evita despejos mesmo em situações de abusos flagrantes, agrava a insegurança jurídica e reduz ainda mais a oferta de arrendamento.

O governo decidiu intervir nos preços, punir os proprietários e ampliar as áreas problemáticas, mas pouco fez para expandir a frota existente. A própria Sociedade Avaliadora descreve detalhadamente o motivo do desequilíbrio: altos custos de construção, falta de terrenos prontos e prazos administrativos intermináveis. Assim, nenhum milagre é possível.

Na verdade, a competência no domínio do planeamento urbano e da liberalização fundiária cabe em grande parte às comunidades autónomas e aos conselhos municipais. Mas o executivo central não pode esconder-se atrás desta divisão para justificar a sua passividade. Deveria assumir um papel mais activo como defensor das reformas estruturais, propondo linhas de acção coordenadas, incentivando a libertação dos Estados finalistas e recompensando financeiramente aqueles que promovem novas propostas. Em vez de oferecer soluções do lado da oferta, optou por continuar a alimentar a procura com bónus e pequenas ajudas. A demanda, entretanto, continua a crescer. Uma casa típica de 100 metros quadrados já custa 329.800 euros. E os esforços imobiliários aumentaram gradualmente: O comprador médio leva 7,6 anos de salário integral para comprar uma casa.Este número permaneceu praticamente inalterado desde meados de 2022 e representará um verdadeiro marco para milhares de lares. Não é que a habitação seja cara, mas sim que é cada vez mais incomportável em relação aos rendimentos reais, especialmente para os jovens.

O caso espanhol contrasta com o que acontece noutros países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, cidades que optaram fortemente por políticas do lado da oferta, como Austin, Charlotte ou Nashville, viram os preços dos alugueres caírem entre 5 a 15 por cento. E a razão é muito simples: construíram mais.

No nosso país, continuamos a culpar os proprietários, os turistas e os fundos abutres, ao mesmo tempo que trancamos terras, estigmatizamos o investimento e protegemos excessivamente a ocupação ilegal. As consequências são óbvias: há menos apartamentos, são mais caros e menos acessíveis. 2025 foi o ano em que o mercado imobiliário quebrou. Não porque a oferta ou a procura o quebraram, mas porque foi adulterado até à paralisia. Não há bolha, mas os preços estão a subir rapidamente. Não há especulação, mas o acesso está sendo retirado. E não há soluções, porque foram abandonadas. O sector da habitação foi sem dúvida o maior colapso económico do ano. E o mais caro para os cidadãos.

Referência