Uma equipa científica liderada pelo Instituto de Ciências do Mar (ICM-CSIC) identificou nova e “ainda ignorada” rota para o mercúrio entrar no Mar Menorna região de Múrcia, afirmou o centro em comunicado. A descoberta, publicada em Ciência e Tecnologia Ambientalmostra que esta descarga subterrânea “não só transporta mercúrio, mas ao chegar à zona costeira cria as condições adequadas” para a formação de metilmercúrio, a forma mais tóxica deste metal.
Os resultados mostram que esta rota fornece cerca de 1 quilograma de mercúrio por anoo que equivale à quantidade proveniente da atmosfera e cerca de 70 vezes a quantidade proveniente do rio Albujon.
Descobriram também que grande parte deste mercúrio foi libertado no passado: o que os cientistas chamam de mercúrio legado, que são resíduos acumulados ao longo de décadas em sedimentos de atividades mineiras e agrícolas na área, que agora estão a ser devolvidos à água por correntes subterrâneas.
Embora níveis atuais de mercúrio na água do Mar Menor “Não se preocupem”, alerta a equipa, que este processo pode intensificar-se devido ao aumento das temperaturas e à perda de oxigénio na água, efeitos associados às alterações climáticas que estão a agravar a vulnerabilidade das lagoas costeiras do Mediterrâneo.
O aumento do metilmercúrio nas águas do Mar Menor pode levar a um aumento deste poluente nas cadeias alimentares e destaca que este fenómeno ocorre em muitos ecossistemas costeiros em todo o mundo, “o que pode ter implicações globais para a gestão ambiental e segurança alimentar”.