O Juizado de Menores nº 1 de Badajoz condenou dois menores a seis anos de prisão pelo assassinato da educadora social Belén Cortés, falecida de forma violenta em março passado. … habitação segura na capital Badajoz. Trata-se de dois menores do sexo masculino, com idades entre 14 e 15 anos à data dos factos, que também são considerados culpados de roubo com violência e, no caso de um deles, de condução sem autorização e de causar danos, após fugirem do local no carro da vítima e se envolverem num acidente de viação.
Outra menor participante dos acontecimentos, uma jovem de 17 anos que foi libertada na semana passada depois de cumprir uma pena máxima de prisão preventiva de nove meses, cumprirá cinco anos de prisão como “cúmplice necessária” do crime. Esse foi um dos momentos-chave do último dia do julgamento, quando o advogado da família Belén juntou-se aos promotores para chamar o menor de “cúmplice”. Todos os três também foram condenados a três anos de liberdade supervisionada.
Os pais dos menores, juntamente com o governo da Extremadura, foram condenados a pagar uma indemnização aos pais e companheiro da vítima num valor superior a 620 mil euros. O veredicto, que foi anunciado esta quarta-feira depois de o julgamento ter sido encerrado há mais de um mês, em 31 de outubro, não é definitivo e pode ser objeto de recurso para o tribunal provincial.
Passaram nove meses desde que se despediram de Belén, na sua terra natal, Castuera, os seus familiares não acolhem bem o veredicto, embora “fosse claro” o que iria acontecer, como admite o seu parceiro romântico: “Os castigos são o que se esperava, não foi uma surpresa, são castigos engraçados”. Na verdade, ele acredita que tudo é “consequência da vergonhosa Lei Menor”. Diz com alguma dificuldade que são horas difíceis para ele e para todos os que estão próximos de Belén, sobretudo depois de ler a frase: “O conteúdo é muito, muito, difícil e desumano pelos factos extremamente brutais de que se fala”.
O jovem conta à ABC como descobriu que havia um veredicto sobre a mesa: “Foi difícil. A primeira coisa que ouvi sobre isso pela manhã foi de um amigo de Belém, não da área judiciária. Ele nos ligou para se preocupar conosco porque o veredicto já havia sido proferido, mas pelo menos até onde eu sabia, não havia sido proferido. Parecia haver algum tipo de vazamento, e ficamos ansiosos durante toda a manhã, sentimos ainda mais vítimas”. Além disso, ele lamenta que “seja assim”. tarde demais”: “O prazo máximo das medidas temporárias foi cumprido, a prova disso é que a menina está livre e em poucas semanas completará 18 anos.”
Mãe sem alívio
A mãe de Belén diz que não sabe “explicar algo que não tem explicação”. Ele admite que sabe “o que é” e que “não importa quantas sentenças haja”, “ninguém vai me devolver a minha filha”: “Apesar de toda a dor que vivemos, tivemos que suportar a incompetência do sistema judicial e o facto de menores terem sido as mãos da execução, mas a administração não é menos responsável”. Ele destaca que “houve muitas reclamações e incidentes” e que nenhuma ação foi tomada: “Todo o sistema caiu naquela noite, e desde então tudo foram falhas que nos deixaram mortos vivos”.
Esta mulher, que tenta continuar a sua vida em Castuera, lamenta que a “burocracia” “os afogue ainda mais e prolongue a agonia”: “Eu poderia dizer mais atrocidades, não acreditamos no sistema, nem na justiça, nem, claro, nos políticos, todos juntos não valem o que vale a minha filha”.
“A burocracia está nos afogando ainda mais e prolongando nossa agonia”
O irmão do educador social fala com o mesmo espírito, com igual ou maior força. “Vão passar o Natal em casa e nós vamos passar o Natal a combater a burocracia”, lamenta. Ele acredita que nem a administração nem a empresa cumpriram “suas promessas”: “Meu irmão era apenas um número e uma dor de cabeça para eles”. Sobre o veredicto, ele também insiste que não acredita “na reintegração ou em segundas chances”: “Existem pessoas podres que não merecem nada, e existe um sistema que só coloca remendos em todo mundo é culpado pelo assassinato da minha irmã”.
Olhando mais para o futuro, o casal de Belém pede “que sejam tomadas medidas reais e eficazes”, principalmente contra uma “lei que está ultrapassada e, portanto, estéril e inútil”. Ele acredita que é hora de, de uma vez por todas, “indivíduos responsáveis, com autoridade e competência, enfrentarem o grave problema da criminalidade juvenil”. Por sua vez, o Ministério da Saúde e Serviços Sociais do Governo da Extremadura sublinha que a segurança dos centros juvenis e dos apartamentos vigiados melhorou nestes nove meses. O responsável da região sublinha que todos os orfanatos da região estão sob vigilância 24 horas por dia.
No centro das atenções dos educadores sociais
Os acontecimentos extremamente violentos ocorridos na noite de 9 para 10 de março de 2025 provocaram um profundo choque em toda a Extremadura, bem como no resto de Espanha, abrindo um amplo debate social sobre a delicada situação de instabilidade em que viviam os educadores sociais. Belén estava sozinho naquela noite, encarregado de três jovens com múltiplos antecedentes criminais, depois que dois deles, finalmente condenados por homicídio, escaparam de um apartamento seguro dias antes, após serem encontrados com a mãe de um deles e usando drogas. Foi Belen quem os pegou e os levou de volta. Seus colegas já contaram como se depararam com situações graves com menores. A família de um deles chegou a exigir a separação de dois jovens, de 14 e 15 anos. Apesar de tudo, ambos continuaram a dividir assentos e Belén continuou a liderar.