dezembro 23, 2025
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Ena triunfou. Série criada Javier Oliveiras. E a própria Ena, a rainha, triunfou Victoria Evgenia. Porque é ficção baseada em um livro Pilar Aircolocou a história do homem acima das epopeias da História, no centro do mapa social. Épicos que muitas vezes cativam as mulheres. Além disso, se saíssem do espaço que a sociedade lhes proporcionava: “As mulheres precisam mostrar que merecemos mais do que apenas ter um filho.“, disse Ena, interpretada por Kimberly Tell.

A bisavó do actual rei Filipe VI era até agora uma grande incógnita, pois ocupava aquele ponto equidistante entre a distância e a proximidade em relação ao nosso tempo. O que nos impede de chegar às nossas memórias e ao mesmo tempo chegar às nossas escolas. Ideal para quem tem saudades de tempos passados ​​e não os mitificaria tanto se os vivesse.

“Às vezes, o instinto de sobrevivência de uma mulher é mais forte que o seu instinto maternal. Mas A sociedade não está pronta para aceitar isso. A vida é muita miséria, saudades daqueles que você mais amava e, de vez em quando, alegria.“, reflete Victoria Eugenia neste último episódio, contado através da recriação de uma entrevista com Augusto Assia, pseudônimo Felipe Fernández Armesto. Este é um correspondente camaleão do jornal londrino La Vanguardia, que, aliás, deveria ter spin off ter.

O papel da Assia é organizar as ideias com toda a individualidade das obras artísticas. feito em Olivares. Não confunda excitação com tédio. Não confunda sentimento com condescendência. Ele não confunde compaixão com santificação.

Com ele literalidade e suas piscadelascom sua documentação e ironia, com sua direção fotográfica de Juan Carlos Franco, com sua melodia Bronchio (cantado por Kimberly) que enfatiza que esta é uma série para hoje, Ena transforma o livro de Eyre na catarse de uma televisão bonita, mas inteligente, que não é a mesma coisa que esnobe. Embora algumas pessoas pensem assim. Aqui, porém, As tramas brincam com a paixão da curiosidade pública. Uma curiosidade que cresce à medida que desafiamos os filmes de espionagem e os quadrinhos de super-heróis da nossa infância. Até despertando nossos medos com um meio sorriso que te pega desprevenido, bem no exato momento em que o espião ousa revelar o espião em seu ouvido. Muito Olivares.

Ena Poderia ter sido uma série romântica sobre reis criados e exilados, mas foi um retrato da Espanha que nos deu origem. da empatia, que nos permite compreender, ao que não compreendemos. Desta vez através do olhar de uma rainha que soube ler há cem anos o drama escondido pelos cidadãos que valorizavam como virtude a “prudência” imposta às mulheres: ““Um dos maiores problemas do mundo é que as mulheres não recebem muita atenção.”. Victoria Eugenia estava insatisfeita com a função estética e reprodutiva pela qual se casou em uma carruagem e tentou encontrar sentido no poder de sua coroa desenvolvendo sua própria voz. Embora eles realmente não a ouvissem. Então ela, Ena, ela conseguiu ser moderna ao mesmo tempo em que defendeu a tradição que herdou e na qual acreditou.. Palavras que soem antagônicas são necessárias para sobreviver.

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