dezembro 2, 2025
2SSB4WHQJ5DD5AGYRR6VQXYLJU.JPG

A procuradora interina Ernestina Godoy está praticamente sozinha no processo de nomeação do novo chefe da Procuradoria-Geral da República, aberto pelo Senado após a renúncia de Alejandro Hertz Manero. O responsável destaca-se na lista de 43 candidatos inscritos no passado fim de semana, da qual apenas se destacam outros nomes associados ao partido no poder, como o ex-vice-ministro do Interior Ricardo Peralta Saucedo ou o ex-candidato ao cargo de ministro da Corte Cesar Mario Gutiérrez Priego.

As inscrições dos candidatos terminaram no domingo às 13h. com 43 nomes, entre eles, sobretudo, ex-governantes locais e figuras políticas do Morena, como o ex-deputado federal Hamlet Almaguer, atual conselheiro da maioria no Senado, além de vários ex-candidatos a cargos do Judiciário que não foram eleitos em 10 de junho.

Godoy é o funcionário mais graduado da lista de funcionários da Procuradoria-Geral da República. Entre os requerentes estão apenas dois nomes de advogados com reconhecida experiência acadêmica e da sociedade civil: Luis Manuel Pérez de Acha, especialista em direito tributário que até 2019 foi membro do Comitê de Participação Civil do Sistema Nacional Anticorrupção, e Jorge Nader Curi, acadêmico e ex-membro do Conselho Civil da Procuradoria-Geral da Cidade do México.

A lista anunciada esta segunda-feira pelo Senado da República, da qual constam apenas seis mulheres, será apurada pelo Conselho de Coordenação Política nas próximas horas para enviar dez perfis à presidente Claudia Sheinbaum, que por sua vez apresentará uma pequena lista ao Senado (três nomes na lista) para que o plenário possa escolher quem ocupará o cargo de FGR nos próximos nove anos.

Morena e seus aliados têm controle total sobre esse processo, pois contam com a maioria absoluta no Senado necessária para aprovar a nomeação, que será tramitada em tempo recorde. A convocação foi tornada pública no mesmo dia em que Hertz Manero deixou o cargo, e a nomeação está prevista para ocorrer antes de 15 de dezembro, dia em que termina o atual período ordinário de sessões do Legislativo.

A ausência de outros perfis que começaram a soar como possíveis futuros procuradores, como o do ex-ministro Arturo Saldivar, atual coordenador da Política e Governo Presidencial, abre caminho a Ernestina Godoy, que só na quinta-feira foi nomeada procuradora de controlo de competência pelo procurador cessante, o que a tornou automaticamente chefe do gabinete da FGR.

Godoy foi procurador-geral de justiça da Cidade do México de 2018 a 2020 e depois procurador da capital até janeiro de 2024, acompanhando a administração de Claudia Sheinbaum como chefe de governo. Em 2024, foi eleita senadora, cargo que ocupou por menos de um mês, ao se tornar chefe do departamento jurídico presidencial em outubro.

Quanto ao seu perfil e às chances de ser nomeada chefe da FGR, a presidente Sheinbaum disse na sexta-feira que a decisão seria tomada pelo Senado, mas foi efusiva nos elogios ao seu funcionário. “Ela é uma mulher extraordinária, de princípios, honesta, com muitas convicções, e demonstrou seus resultados quando era promotora da Cidade do México.”

Além de Ernestina Godoy, inscrita no número 185 da lista publicada pelo Senado, outros nomes que se destacam pela proximidade com o 4T são Ricardo Peralta Saucedo, diretor da alfândega no início do mandato de seis anos de Andrés Manuel López Obrador e vice-ministro do Interior entre 2020 e 2021, além de Cesar Mario. Gutierrez Priego, ex-candidato ao cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, que obteve 2,4 milhões de votos na eleição de juízes e terminou em sétimo lugar na lista de candidatos do sexo masculino.

Apenas outras cinco mulheres se inscreveram neste processo: Luz Maria Zarza, ex-candidata ministerial da SCJN nas eleições judiciais; Maribel Bojorges Beltrán, ex-candidata judicial da CDMX; Sandra Luz González Mogollón, advogada candidata ao cargo de promotora anticorrupção no estado de Veracruz; Olimpia Griselda Puente Pineda, litigante, e Mirna Lucia Grande Hernandez, ex-funcionária da Secretaria de Segurança Civil da CDMX.

A lista é complementada por biografias secundárias como a de Carlos Lledías Saavedra, ex-candidato a magistrado em Puebla; Manuel Ramirez Mandujano, controlador da Loteria Nacional; Felix Herrera Antonio, Diretor de Direitos Humanos do Governo de Tabasco, ou Miguel Nava Alvarado, ex-candidato a governador de Querétaro pelo Partido Social Progressista.