dezembro 18, 2025
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MADRI, 17 ANOS (EUROPE PRESS)

As autoridades norte-americanas anunciaram esta quarta-feira a chegada das suas tropas à base de Manta, no leste do Equador, onde as suas tropas já estavam estacionadas até 2009, para uma operação conjunta temporária com as forças equatorianas contra o “narcoterrorismo” no âmbito dos últimos acordos de defesa.

A Embaixada dos EUA no Equador confirmou a chegada de tropas à Base Aérea de Manta, na costa do Pacífico, pouco mais de um mês após a segunda visita da secretária de Segurança dos EUA, Kristi Noem, que forjou os acordos de cooperação.

“A operação melhorará as capacidades das forças armadas equatorianas para combater os narcoterroristas”, disse a embaixada numa publicação nas redes sociais.

A operação conjunta “projetada para proteger os Estados Unidos e o Equador das ameaças que compartilhamos”, acrescentou a embaixada.

No mesmo espírito, falou o presidente do Equador, Daniel Noboa, para quem “esta operação nos permitirá identificar e eliminar as rotas do tráfico de drogas”, bem como “subjugar aqueles que acreditavam que poderiam dominar o país”.

Dois dias antes, outro avião transportando equipamento militar chegou à Base Aérea de Manta, onde os Estados Unidos operaram durante uma década, até que o governo de Rafael Correa decidiu, em 2009, não renovar o acordo com Washington.

Manta é a cidade portuária mais próxima do arquipélago de Galápagos e a sua localização geográfica parece ser a capital de controlo do tráfico de droga, bem como do tráfico de seres humanos e da pesca ilegal.

Noboa defendeu durante a campanha do referendo a possibilidade de voltar a servir de base de operações para os Estados Unidos, embora tenha evitado mencionar o carácter beligerante da missão, embora 60 por cento dos que foram às urnas tenham votado contra o regresso das bases militares estrangeiras ao país.

OS EUA ESTÃO FORTALECENDO SUA PRESENÇA MILITAR NA REGIÃO

A operação também ocorre num momento de pico de tensão na costa caribenha venezuelana, com um destacamento militar sem precedentes na área que já bombardeou dezenas de navios suspeitos de traficar drogas, também no Pacífico, desde setembro, matando quase uma centena de pessoas.

Nos últimos dias, Washington reforçou a sua presença militar na região através de vários acordos com outros atores como o Paraguai e o Peru, com cujos governos chegou a acordos semelhantes a este com o Equador.

Há poucos dias, o Congresso peruano aprovou a entrada de dezenas de militares americanos com equipamento militar para participar de operações e exercícios conjuntos com as forças peruanas durante 2026.

No caso do Paraguai, o objetivo desta cooperação é combater grupos que operam na região como “organizações terroristas”, embora o acordo também inclua a cooperação no treinamento e desenvolvimento das forças paraguaias, na prestação de assistência humanitária e na resposta a possíveis desastres naturais.

“O problema mais grave no nosso hemisfério são as organizações terroristas transnacionais, que em muitos casos não são terroristas por razões ideológicas, mas sim têm uma base financeira e económica”, disse o secretário de Estado Marco Rubio na assinatura do acordo.

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