Os Estados Unidos interceptaram e confiscaram um petroleiro sancionado em águas ao largo da costa da Venezuela, confirmou o próprio presidente Donald Trump. O incidente ocorre num momento em que as tensões na região são elevadas devido à incerteza sobre se o presidente dos EUA, Donald Trump, acabará por ordenar uma ação militar contra alvos dentro do país caribenho como uma ameaça.
Falando num evento na Casa Branca, Trump disse: “Como provavelmente sabem, acabámos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela”. Este, garantiu, “é um navio muito grande, na verdade o maior já capturado”. “Há outras coisas acontecendo que vocês verão mais tarde, e falaremos sobre isso mais tarde com outras pessoas”, acrescentou, sem entrar em detalhes ainda.
O incidente veio à tona no mesmo dia em que ocorreu em Oslo a cerimónia do Prémio Nobel da Paz para atribuir o Prémio Nobel da Paz à líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado, que não esteve presente no evento.
Até o momento, a bandeira do petroleiro e o local de sua interceptação são desconhecidos.
Os Estados Unidos têm mantido um destacamento militar massivo em águas internacionais das Caraíbas desde Agosto, envolvendo 15.000 soldados e quase 20% das forças navais que Washington mobilizou em todo o mundo. O objetivo declarado era avançar na luta contra o tráfico de drogas durante a Operação Lanza del Sur, durante a qual pelo menos 22 navios suspeitos de traficar drogas foram explodidos e pelo menos 87 pessoas foram mortas.
Mas Caracas e numerosos especialistas e legisladores norte-americanos acreditam que a verdadeira razão da campanha é tentar forçar a saída de Maduro e a derrubada do regime chavista, e que as empresas norte-americanas assumam o controlo do sector petrolífero da Venezuela, o principal motor económico do país.
Numa entrevista gravada segunda-feira e publicada online terça-feira pelo Politico, Trump garantiu que os dias do líder venezuelano no poder estão “contados” e não descartou o envio de tropas norte-americanas ao país. Falando na Pensilvânia na terça-feira, o presidente repetiu as ameaças de levar a campanha a solo venezuelano. “É mais fácil por terra… (e o tráfico de drogas) é ainda mais difundido”, disse ele.
A Venezuela exportou mais de 900 mil barris de petróleo por dia no mês passado, a terceira maior média mensal deste ano, segundo dados da Reuters, que afirmam que a estatal PDVSA importou mais gasolina para diluir a produção de petróleo bruto pesado. O seu principal cliente é a China, para quem vende a preços reduzidos dada a concorrência de outros dois países produtores também sujeitos a pesadas sanções: a Rússia e o Irão.