Aviso: este artigo contém detalhes que alguns leitores podem achar perturbadores.
No centro do torso fortemente tatuado de Conor Benn há uma grande cruz e na parte inferior de sua barriga as palavras “Teme a Deus” estão escritas em sua pele.
Desde a infância, Benn tem sido um cristão devoto, mas o seu compromisso com a fé passou por sérios testes.
Ainda criança, Benn mudou-se com os pais e irmãos para Maiorca, Espanha, onde passou 12 anos.
Visto de fora, sua vida tinha todas as características do luxo, mas a realidade era muito diferente.
“Eu morava em uma linda casa – uma linda casa de campo – e frequentei uma escola particular”, disse Benn à BBC Sport.
“Era fortemente cristão, muito religioso. A escola era muito extrema e a igreja era muito extrema”.
“O Natal era uma blasfêmia, por isso não podíamos comemorar”, acrescentou. “Tudo era muito.”
Benn, 29 anos, frequentou uma escola cristã fundamentalista e foi informado de que “o mundo estava chegando ao fim”.
Seus pais abraçaram totalmente a vida evangélica e a experiência deixou Benn com cicatrizes muito mais profundas do que as que sofreu no ringue de boxe.
Por volta dos 12 anos, a escola acreditava que Benn estava “possuído por um demônio”.
“Foi muito traumático”, disse Benn.
“Você acordou de manhã e não sabia se o Anticristo estava aqui.
“Quando criança, você é facilmente influenciado por pessoas nessas posições ou posições de poder.
“Quando você olha para trás – porque não penso muito nisso – você acha que é muito ruim.”
Enquanto Benn se prepara para uma revanche contra Chris Eubank Jr. no sábado e busca vingar a única derrota em seu histórico profissional, ele conta à BBC Sport sobre suas memórias da igreja e como finalmente perdoou seu pai, Nigel Benn.