dezembro 30, 2025
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Novos dados revelaram a impressionante extensão da propriedade estrangeira na icónica ilha turística de Maiorca: em algumas cidades populares, quase uma em cada duas casas é propriedade de não espanhóis. Novos números explosivos revelaram que os compradores estrangeiros, incluindo milhares de britânicos, possuem agora quase metade de todas as propriedades nas áreas mais desejáveis ​​da ilha.

Os dados, divulgados pelo Departamento de Habitação das Baleares, mostram que o pitoresco município de Andratx tornou-se oficialmente a capital estrangeira da ilha. Assombrosos 48,2% de todos os imóveis residenciais na área estão agora nas mãos de cidadãos não espanhóis. A notícia provocou nova fúria entre os residentes locais, que muitas vezes afirmam que os ricos investidores internacionais os estão permanentemente a excluir do mercado imobiliário.

Os dados cadastrais do ano de 2025 indicam que o número total de imóveis residenciais maiorquinos nas mãos de cidadãos não espanhóis é de 92.030, o que representa 16,02%.

A invasão do capital estrangeiro concentra-se nas jóias costeiras da ilha. Atrás de Andratx, as áreas com maior percentagem de casas estrangeiras são: Calvià, uma das favoritas entre os expatriados britânicos com 43,1%, Deyá (41,8%), Santanyí (39,5%) e Pollensa (37,2%).

Em contraste, a capital da ilha, Palma, permanece em grande parte nas mãos locais, com a propriedade estrangeira a situar-se numa percentagem muito inferior de 14,5%. Em Sóller, uma pitoresca cidade na costa noroeste de Maiorca, existem 1.276 imóveis residenciais em mãos estrangeiras, 19,4% do parque habitacional total.

“Num mercado insular limitado e tenso, o preço acaba por refletir mais o que quem compra como refúgio ou investimento pode pagar mais do que quem aqui vive e trabalha”, afirma o geógrafo Antoni Marcús, segundo o Boletim Diário de Maiorca.

Os números do Registo Predial medem a propriedade estrangeira de bens, mas não diferenciam entre residentes e não residentes. No entanto, Marcús destacou que fontes complementares, incluindo conservadores e notários, indicam que uma proporção significativa das vendas é feita por cidadãos europeus com elevado poder de compra e, em muitos casos, não residentes.

“Isso explica porque o mercado acaba por funcionar segundo uma lógica alheia à capacidade económica da população local”, acrescentou.

O aumento da procura internacional fez disparar os preços do imobiliário nas Ilhas Baleares, tornando-as na região de Espanha mais cara para comprar uma casa. Embora o influxo de dinheiro estrangeiro seja positivo para a economia local e para a indústria da construção, também criou uma “bomba-relógio social”.

Os jovens maiorquinos são cada vez mais forçados a viver com os pais ou a mudar-se para a península porque não podem competir com os grandes bolsos de compradores de países como o Reino Unido, a Alemanha e a Escandinávia.

Referência