As atividades regressam à Assembleia de Madrid normalmente, tendo como pano de fundo a política nacional. O governo de Isabel Díaz defende esta quinta-feira o seu orçamento e rejeitou até agora todas as alterações apresentadas pela oposição aos orçamentos de 2026. A ministra das Finanças, Rocío Albert López-Ibor, é responsável por esclarecer pontos e responder ao PSOE, Vox e Más Madrid.
Albert afirmou que os residentes de Madrid tinham “o regime fiscal mais favorável” de toda a Espanha. “Daremos continuidade aos vários cortes de impostos que trouxeram poupanças significativas ao povo de Madrid”, disse ele. “Além de sermos a única região de Espanha que não tem impostos próprios”, continuou ele, “apoiaremos a abolição prática dos impostos sobre heranças e doações. E teremos orgulho disso.” “A política aplica-se com descontos de 99% para familiares diretos e de 50% para irmãos, tios e sobrinhos. Este último será aplicado integralmente pela primeira vez este ano. Para continuar a ser a região com impostos mais baixos, como defende o Partido Popular de Madrid, os contribuintes só terão de pagar um imposto de solidariedade temporário para grandes fortunas. “Lembre-se que o governo central afirmou que este é um imposto temporário. “Assim que o governo central o remover, ele desaparecerá da Comunidade de Madrid.”
A reunião plenária realiza-se pela primeira vez desde que foi conhecida a prisão do antigo ministro socialista José Luis Abalos, antigo confidente de Pedro Sánchez. No domingo, a Presidente de Madrid participou num comício anticorrupção convocado pelo seu partido, o PP, no qual criticou os “warmies”, o que pode ser interpretado como um apelo a uma posição ainda mais forte neste contexto tão polarizado em que se encontra a política espanhola.
Esta aparição surge no meio da polémica que surgiu após a divulgação de uma gravação áudio publicada pelo EL PAÍS na qual o CEO do grupo de saúde Ribera, que gere o hospital público de Torrejón de Ardoz, ordena o aumento das listas de espera através de menos intervenções e do abandono de pacientes ou processos não rentáveis para aumentar os lucros. Ao tomar conhecimento desta informação, o Ministério da Saúde acionou com urgência a direção do hospital e comprometeu-se a tomar “todas as medidas e medidas de controlo possíveis”.
Tanto o PSOE madrileno como o Mas Madrid anunciaram que estão a preparar uma acção judicial contra o governo de Isabel Díaz Ayuso por esta questão. “É uma vergonha absoluta o que Ayuso está a fazer à saúde pública. O que aprendemos no hospital de Torrejon mostra que os pacientes são tratados como clientes. A privatização transforma os direitos de todos num negócio de poucos”, disse Oscar López, ministro e secretário-geral dos Socialistas em Madrid.
Entretanto, a Vox continua a prosseguir a sua agenda radical. O partido de extrema direita introduziu quatro alterações parciais ao orçamento de 2026, duas das quais visam financiar a deportação de imigrantes ilegais. Para isso, o partido, liderado em Madrid por Isabel Pérez Moñino, pede a Ayuso que chegue a acordos com os países de origem das pessoas que pretende expulsar do país.