dezembro 26, 2025
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No dossiê está a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi.

– Johannes Neudecker/dpa – Arquivo

MADRI, 26 de dezembro (EUROPE PRESS) –

As autoridades japonesas aprovaram esta sexta-feira um orçamento de defesa recorde para o ano fiscal de 2026 para reforçar as suas “capacidades de combate” num contexto de tensões crescentes com a China, representando um aumento de 9,4 por cento em relação ao ano anterior.

O governo fixou o montante destinado a impulsionar os programas balísticos e militares do Japão nos próximos anos em cerca de 8,8 biliões de ienes (cerca de 47,8 mil milhões de euros), agora que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, está a pressionar por uma defesa mais forte, segundo a agência de notícias Kyodo.

Já durante a campanha eleitoral, o político do Partido Liberal Democrata (LDP) prometeu aumentar os gastos com a defesa para 2% do PIB em Março do próximo ano, o dia em que se esperava que o parlamento ratificasse o orçamento – e antes da data prevista original de 2027 para a medida.

Estas fazem parte de declarações feitas pela própria Takaichi em Novembro passado, quando garantiu que o Japão tomaria medidas “fortes” se a China atacasse Taiwan, declarações que causaram um aumento nas tensões com Pequim.

O Ministério da Defesa do Japão expressou preocupação com a “expansão chinesa no Pacífico” e explicou que poderá criar uma “nova unidade” para combater as “atividades” de Pequim na área.

CRÍTICAS A PEQUIM

A China alertou recentemente que o aumento do orçamento de defesa “lança dúvidas sobre a ideia de que o Japão apenas segue uma política orientada para a defesa” e “desenvolvimento pacífico”.

Esta sexta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, criticou as conquistas militares de Tóquio. “Em vez de mostrar moderação, o Japão planeia aumentar significativamente o seu orçamento de defesa, o que demonstra ainda mais a sua sinistra intenção de promover a militarização”, queixou-se, segundo o jornal Global Times.

“Dada a extensa e bem documentada história de agressão militar do Japão, as suas actividades militares e de segurança têm estado sob escrutínio atento por parte dos países asiáticos e da comunidade internacional”, disse ele.

Neste sentido, criticou o governo Takaichi, que “desde que chegou ao poder” acelerou o fortalecimento militar e a expansão dos armamentos. “O Japão está a afastar-se cada vez mais das suas exigências tradicionais de seguir o caminho do desenvolvimento pacífico e está a avançar numa direcção perigosa”, disse ele.

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