Um jovem jogador que virou árbitro foi brutalmente assassinado depois que uma partida de futebol se tornou sinistra. Otávio Jordão da Silva Cantanhede tinha apenas 19 anos quando foi de bicicleta com o irmão para o jogo que acabaria com a sua vida em circunstâncias horríveis.
Cantanhede, carregando uma faca, caminhou alguns quilômetros por uma estrada de terra até seu campo de futebol no Centro do Meio, um bairro no nordeste do Brasil. A partida, realizada em 2013, foi casual, com postes de madeira, sem redes e com grama arenosa desgastada. Metade dos jogadores usava camisa, enquanto a outra metade jogava com o peito nu.
Segundo o Mirror, Cantanhede começou o jogo na defesa, mas tornou-se árbitro após se lesionar. Porém, após mostrar cartão amarelo a um jogador chamado Josemir Santos Abreu, ocorreu uma discussão entre os dois, que eram amigos.
Cantanhede esfaqueou duas vezes o homem de 30 anos, que morreu antes de chegar ao hospital. Ele foi então mortalmente atacado por pelo menos quatro amigos de Abreu, segundo a polícia local.
Movidos pelo álcool e pelas drogas, o grupo de bandidos amarrou Cantanhede e esmagou-lhe a cara com uma garrafa de álcool. Espancaram-no com uma estaca de madeira, atropelaram-no com uma moto e esfaquearam-no na garganta.
Os assassinos também cortaram suas pernas e cabeça, deixando seu braço e pulso mal presos. A polícia disse que sua cabeça foi colocada em uma cerca perto do campo de futebol.
Valter Costa dos Santos, chefe da polícia regional e principal investigador do caso, disse: “Imagens gráficas tiradas por funcionários do hospital mostraram que as pernas de Cantanhede foram cortadas e deixadas ao seu lado como próteses.
“Seu braço direito e pulso esquerdo permaneceram unidos por tiras de pele. Ele foi decapitado e sua cabeça foi colocada em um poste de madeira do outro lado da estrada, em frente ao campo.”
E acrescentou: “No início, não acreditei que isso fosse acontecer. Não pensei que o ser humano tivesse tanta perversidade para fazer isso”.
O crime horrível deixou a população local em estado de choque. Mauricio Murad, sociólogo da Universidade Salgado de Oliveira, no Rio, disse: “Não tem ligação direta com o futebol.
“Poderia ter acontecido em qualquer outro lugar, num bar. Quando falamos de violência no futebol, é entre grupos de torcedores torcendo pelo seu time. Esse é um problema de violência no Brasil, mais do que violência no futebol.”