dezembro 27, 2025
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Treine a maneira como respiramos para que, quando ocorrerem episódios de ansiedade ou estresse severos, estejamos capaz de redirecionar nossas emoções Isso é algo que cada vez mais pessoas praticam, percebendo que corpo e mente estão intimamente ligados. Porém, nem tudo que é considerado bom realmente o é, e é importante seguir os conselhos de especialistas para colocar isso em prática.

Conversamos com a experiente treinadora de controle da raiva Sonia Diaz Royce, que nos colocou diante do espelho da realidade e afirmou que “técnicas de respiração rápida para acalmar a raiva ou irritabilidade em um determinado momentoeles falham exatamente quando são mais necessários, que é no meio do máximo“. Então, o que podemos fazer em casos tão extremos para proteger nossa saúde física e mental?

“Não é sua culpa que não funcione, você está apenas fazendo o oposto.”

Para começar a entender como funciona a respiração consciente e quando ela pode realmente ser útil, o coach explica: “Tem uma coisa que muita gente me fala em consulta: “Sonya, isso Não consigo respirar quando estou nervoso. Eu inspiro, expiro, concentro-me… e permaneço o mesmo.” Bem, você deve saber que isso é absolutamente normal.”

Do que o especialista está falando? Por que tentar se acalmar quando já está escalando a parede? É como tentar aprender a nadar enquanto você está se afogando.. Agora não é a hora. E não é culpa sua: você está fazendo o oposto. “Você pode conhecer todas as técnicas do mundo – respiração 4-7-8, respiração quadrada, respiração alternada, respiração regular – mas se não as praticar quando estiver saudável, esqueça que elas funcionam quando você está doente.”

Então, especialista e autor do livro “E se eu ficar com raiva, o quê?” explica que O sistema nervoso num estado calmo não reage da mesma forma que num pico emocional. Quando uma pessoa está irritada ou entra em modo de luta/fuga, o corpo é ativado para se proteger em vez de relaxar: é por isso que a respiração não tem efeito se você a usar pela primeira vez no meio de uma euforia. O corpo não reconhece esse sinal”, explica.

É isso que funciona num estado limítrofe de irritação.

Diaz acredita que para que a respiração consciente nos ajude a controlar situações aparentemente incontroláveis, a primeira coisa que precisamos fazer é “praticar a respiração consciente em momentos de calma. Para que isso funcione, o corpo precisa associar este tipo de respiração a uma sensação de segurança. E este estacionamento custa ouro. “Quando surge uma crise, seu corpo reconhece o padrão e desacelera muito mais rápido.”

A segunda dica está relacionada ao princípio calmante de dois para um: respire e conte ao mesmo tempo. Segundo ele, “Contar tira o sistema nervoso do modo luta/fuga e o acalma. (mesmo que seja só um pouco), esse pensamento faz uma grande diferença. Você respira, conta e, mesmo sem perceber, ganha clareza. “É simples e funciona.”

Finalmente, com o seu conselho mais eficaz, o treinador fala sobre expire o dobro do que você inspira. “O sistema nervoso reage mais rápido e se acalma se você expirar o dobro do tempo que inspira. A expiração longa ativa o sistema nervoso parassimpático, que é responsável por acalmar. Daí a eficácia do método 4-7-8: você inspira contando até 4, prende a respiração contando até 7 e expira contando até 8. Isso não é mágica, isso é fisiologia”, ressalta. E acrescenta um detalhe importante; tente respirar até o umbigo (respiração diafragmática ou abdominal).

“A respiração para se acalmar funciona melhor quando você a pratica com calma.”

Segundo Diaz Royce, as dificuldades na regulação da ativação emocional afetam não só a pessoa que sofre, mas também todo o ambiente. “Quando você não sabe desacelerar, tudo fica mais complicado.: A maneira como você reage, a maneira como você interpreta o que lhe é dito, até a maneira como você fala consigo mesmo muda… para pior! “Você não gerencia apenas as emoções: você gerencia o clima emocional do seu relacionamento.”

No trabalho diário com pessoas que se irritam mais rápido do que gostariam, o treinador admite que observa um padrão recorrente: muita teoria, pouca prática, principalmente nos momentos em que o corpo ainda está receptivo. “Respirar para se acalmar funciona melhor quando você faz isso com calma. Se você tentar isso pela primeira vez no meio de uma alta, é normal que não ajude. O corpo precisa perceber essa respiração como um sinal de “estou bem”.“, diz ele.

Mas talvez uma das abordagens mais interessantes de Royce seja que ela não apenas não nos aconselha a fazer essa coisa trivial de “respirar e contar até 10”, mas também a transforma em uma alternativa muito mais realista: “Devemos ouça a raiva antes de tentar acalmá-la. A razão é que se a raiva pudesse falar, ela diria: não quero que você me acalme, quero que você me escute e me entenda. Ao ouvir isso, você não precisa mais gritar”, finaliza o especialista.

Referência