novembro 19, 2025
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A autoridade judiciária responsável pelo lançamento da hipoteca da família Moisés, Raquel e seus seis filhos menores, moradores do Engenho, prevista para esta quarta-feira, suspendeu a ação a pedido de instruções legais das vítimas.

A praça número 6 da Divisão Cível do Tribunal de Primeira Instância de Telde (antigo Tribunal de Primeira Instância de Telde) deferiu terça-feira o pedido da família de suspensão do lançamento, decorrente de um processo de execução hipotecária iniciado em 2019, enquanto a empresa pública do governo das Canárias de habitação social e infra-estruturas das Ilhas Canárias SAU (Visocan) conclui a sua obra em busca de moradia alternativa para as vítimase ao mesmo tempo tentam negociar uma renda social com a empresa que recebeu a habitação.

A Justiça dá ao Visocan cinco dias para aconselhar sobre os procedimentos e o tempo estimado que levará para encontrar alojamento alternativo para a família e ao mesmo tempo para o proprietário do imóvel, caso este esteja disposto a negociar um arrendamento social.

Com base nas respostas recebidas de ambas as partes, o juiz tomará uma decisão: definirá uma nova data de início ou aprovará um acordo de habitação alternativo.

Luta impiedosa

Da plataforma Derecho al Techo, comemoram o adiamento do lançamento e consideram-no “um importante trégua na defesa da sua casa e do seu direito a uma habitação digna”.

Destacam o difícil papel desempenhado por Moisés e sua família, cuja resistência, determinação e dignidade foram cruciais para evitar este lançamento. “Esta luta mostra que quando as pessoas se organizam, recebem conselhos e apoio da sociedade, a injustiça diminui”, afirmam.

Destacam-se também a proteção jurídica da família e as capacidades de combate da própria plataforma. “Agradecemos também a todas as pessoas, vizinhos, activistas e grupos que mobilizaram, acompanharam, informaram e apoiaram a família durante estes meses de incerteza.”

Além disso, reconhecem o papel da mídia, “que acompanhou desde o início, tornando visível uma realidade que muitas vezes tenta esconder: a vulnerabilidade habitacional não é um incidente isolado, mas a consequência de um modelo que prioriza a especulação sobre vidas humanas”.