novembro 19, 2025
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O líder norte-coreano Kim Jong Un visitou o Ministério da Segurança do Estado, órgão responsável por identificar e neutralizar dissidentes nacionais, pela primeira vez em 13 anos. A lei está a ser interpretada como um possível sinal de que o marechal continuará a apertar os controlos sociais no seu país.

Kim fez a visita na terça-feira “para marcar o 80º aniversário da fundação da agência de segurança do Estado”, informou a agência de notícias estatal KCNA na quarta-feira. Este ministério é considerado o principal órgão responsável por identificar ameaças políticas, monitorizar a população e eliminar qualquer actividade que possa ameaçar a estabilidade do regime. A KCNA chamou-a de “fortaleza” para proteger o sistema socialista e o povo. E observou que protege e garante firmemente a linha e as políticas do partido no poder, a soberania da Coreia do Norte e a “estabilidade política da sociedade”.

Esta é a primeira visita de Kim à organização desde 2012, depois de efetivamente assumir o poder em dezembro passado, após a morte de seu pai e antecessor, Kim Jong Il. O marechal norte-coreano descreveu o órgão como um “camarada confiável e assistente de confiança do partido”. No mesmo dia, Kim visitou também o Ministério da Segurança Pública, o Supremo Tribunal e a Procuradoria-Geral, todos pilares do controlo interno do Estado, que também felicitou pelo seu octogésimo aniversário.

A visita invulgar surge num contexto de repressão cada vez mais rigorosa, com o reforço da censura, a imposição de penas mais duras para o consumo de conteúdos estrangeiros e até de execuções públicas. O controlo sobre os jovens também foi reforçado.

Em fóruns recentes em Seul, desertores norte-coreanos afirmaram que a repressão interna na Coreia do Norte se intensificou após a pandemia de Covid-19 e a aprovação de três leis fundamentais: a Lei de Rejeição da Ideologia e Cultura Reaccionárias (2020), a Lei de Garantia da Educação dos Jovens (2021) e a Lei de Protecção da Língua Cultural de Pyongyang (2023).