Como é difícil começar do zero, como é difícil caminhar pelo deserto. A seleção feminina de handebol está lá, ainda mais depois da derrota na segunda rodada do Mundial para a estreante no torneio, as Ilhas Faroé. Uma lesão difícil de engolir. Um outro revés no segundo tempo deixou o técnico Ambrose Martin sem saber para onde olhar quando o revés foi registrado. Se a equipe pretendia avançar com o que já havia sido considerado uma reconstrução demorada, esse revés representa um grande revés ao longo do caminho. Neste domingo enfrenta Montenegro (18h, Tdp), adversário mais forte. Apesar do revés, uma vitória no primeiro dia por nove gols sobre o Paraguai (26 a 17) já dá passagem à Espanha para a segunda fase. Claro que, esperando para ver o que faria contra os Balcãs, fá-lo-ia agora com zero pontos.
Depois de todo o sofrimento após o intervalo, a Espanha ainda conseguiu fazer o 24-22 a cinco minutos do fim. Ele ainda teve a bola para subir três posições. Mas nem mesmo para aqueles. As Ilhas Faroé responderam com um placar de 1–5 no período decisivo. Na rodada anterior, o treinador pediu mais eficiência nos lances livres. Porém, o ataque final que deveria ter empatado o jogo foi o remate de Kaba Gassama a 30 segundos do fim de seis metros, que foi defendido pelo guarda-redes Rakul Wardum, um pesadelo. 11 gols no segundo tempo revelaram todos os problemas que precisam ser somados no ataque.
A noite não começou tão mal. A investida do atirador Danilo So Delgado trouxe à Espanha um lucro tranquilo de cerca de três gols, que sofreu durante o primeiro tempo sem muita tensão. A equipa saiu firme na retaguarda, séria, e as Ilhas Faroé mostraram a ternura dos estreantes com demasiadas derrotas. Porém, Lúcia Prades, outra estreante na Copa do Mundo, não conseguiu ver os pontos. A Espanha chegou ao intervalo sem alarde com uma vantagem encorajadora de 14-11. Mas depois do intervalo tudo deu errado.
Sete contra seis dos Faroe Islanders foram um tormento para a defesa e Vardum, na baliza, iniciou a sua soberba série de defesas (15). A equipe lutou durante sete minutos com gol de Maitane Etxeberria.
O vento mudou de direção e durante muito tempo a Espanha só encontrou a resposta com Danila So Delgado. Ela foi a única via ofensiva até somar alguns erros (sete gols em 14 tentativas). Encontrou então outras alternativas como Gassama, Ona Vege ou Paula Arcos. A equipe parecia ter a situação sob controle novamente. Mas só parecia assim.
Apesar do grave revés, Ambrose Martin continuou a acreditar num otimismo sem fim. “Penso que fizemos um bom jogo, salvo alguns momentos ou situações específicas do jogo; sobretudo na final e alguma perda de concentração na segunda parte. Isto não nos deve servir de lição, porque já passámos por muitas fases, mas que com um pouco mais de calma possamos materializar as oportunidades que criámos e dar-nos confiança para continuarmos a trabalhar defensivamente desta forma”, analisou o Canário.
Este é um grupo da Espanha
Montenegro 4 pontos
Espanha 2
Ilhas Faroé 2
Paraguai 0
Três avançam para a segunda fase e somam pontos contra times que também se classificam.
Último dia da primeira etapa. Domingo
Ilhas Faroé-Paraguai (15h30)
Montenegro-Espanha (18h00)