dezembro 23, 2025
fotonoticia_20251223034140_1200.jpg


Arquivo – Presidente venezuelano Nicolás Maduro

– Europa Press/Contactos/Meng Yifei – Arquivo

MADRI, 23 de dezembro (EUROPE PRESS) –

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apelou esta segunda-feira ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, para “resolver os problemas do seu país”, acreditando que “seria melhor para ele” no meio da escalada das tensões entre Washington e Caracas devido a uma alegada operação de combate ao tráfico de droga no país norte-americano e às ameaças de intervenção militar de Trump em solo venezuelano.

“O presidente não pode pensar em como vai governar outros países. Imagine se eu passasse meu tempo, em vez de ser presidente da Venezuela, pensando em interagir com outros países, em encontrar problemas e problemas para outros países, em querer governar o mundo. Eu faria isso muito mal. Seria errado”, disse ele durante um evento em Caracas transmitido pelo canal estatal VTV.

O dirigente defendeu que “precisamos de nos concentrar em gerir o nosso país, em resolver os seus problemas e em mobilizar todas as forças económicas e sociais, todas as forças vivas do país para a produção, que foi o que fizemos com a ajuda do plano”.

Maduro também falou sobre a saída de um petroleiro americano da Chevron na véspera: “Quando assinamos um contrato de acordo com a Constituição, ele é cumprido, faça chuva, faça sol ou faça raios, como é o caso da Chevron”.

Nesse sentido, apelou aos “investidores que vivam de acordo com as regras nacionais, a Constituição, a Lei dos Hidrocarbonetos” para garantirem que “somos pessoas de palavra e de lei, somos pessoas sérias”.

“Além de quaisquer conflitos indiretos e de curto prazo que possamos ter com a atual administração (dos EUA), o contrato com a Chevron está sendo rigorosamente cumprido”, acrescentou depois que a vice-presidente Delcy Rodriguez anunciou a saída do Canopus Voyager “que transportava petróleo venezuelano com destino aos Estados Unidos”.

PARLAMENTO ESTÁ EXAMINANDO PUNIÇÃO DE PRISÃO PARA QUEM 'OSPORTA O BLOQUEIO' DO COMÉRCIO

Também segunda-feira, a Assembleia Nacional (AN) aprovou em primeira leitura um projeto de lei que visa garantir a liberdade de navegação e comércio contra “pirataria, bloqueios e outras atividades internacionais ilegais”, como Caracas descreveu as recentes ações da Marinha dos EUA.

A iniciativa, apresentada pelo deputado Giuseppe Alessandrello (Partido Socialista Unido da Venezuela), visa proteger as relações comerciais do país com os venezuelanos das “ações predatórias do governo dos EUA”.

Para tanto, estabelece pena de 15 a 20 anos de reclusão para “qualquer pessoa que encoraje, incite, solicite, incentive, favoreça, facilite, apoie, financie ou participe em atos de pirataria, bloqueio ou outros crimes internacionais contra pessoas jurídicas que realizem transações comerciais com a República (Venezuela) e seus súditos, estados, poderes, empresas ou pessoas estrangeiras”.

O projeto também propõe punir essas ações com multas “num valor equivalente a 100 mil e um milhão de vezes a maior taxa de câmbio publicada pelo Banco Central da Venezuela”.

“Este povo da Venezuela (…) responderá a todos os ataques e vencerá, não tenha dúvidas disso”, assegurou o presidente da AN, Jorge Rodríguez, no final da votação.

Referência