Um total de 71 pessoas detidas durante os protestos relacionados com as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela foram libertadas desde a manhã desta quinta-feira, informou o Comité de Mães em Defesa da Verdade. Num comunicado de imprensa, o grupo detalhou que foram libertados 65 homens detidos na prisão conhecida como Tocoron, no estado de Aragua (norte), bem como três mulheres do Centro Penitenciário Feminino La Crisalida, em Miranda (norte), e três adolescentes em La Guaira (norte).
O comité comemorou a libertação, embora a tenha considerado um feito “insuficiente” e tenha exigido “liberdade total” para todos os detidos após as eleições de Julho passado através de uma amnistia geral. “A injustiça continua a afectar centenas de famílias em todo o país”, disse o grupo, formado por familiares dos detidos após aquela eleição.
Em Outubro passado, as mães dos detidos afirmaram que o processo de libertação estava suspenso desde Março, pelo que exigiram a revisão dos casos dos seus filhos. A libertação desta quinta-feira também foi confirmada pelo X Comitê de ONGs pela Liberdade dos Presos Políticos, composto por familiares dos detidos.
Após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, eclodiu uma crise na Venezuela como resultado da disputada reeleição de Nicolás Maduro, declarada por um órgão eleitoral controlado por autoridades próximas ao chavismo, e de queixas de “fraude” por parte da maioria da oposição que reivindicava a vitória de Edmundo González Urrutia.
Neste contexto, segundo o Ministério Público, mais de 2.400 pessoas foram detidas – a maioria delas já libertadas – e acusadas de serem “terroristas”, embora algumas ONG e partidos da oposição os defendam como inocentes e afirmem que são presos políticos. Por sua vez, o executivo de Maduro garante que o país está “livre de presos políticos” e que os designados como tal estão na prisão por “cometer atos hediondos e puníveis”.