dezembro 6, 2025
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A Copa do Mundo mais badalada da história terminou com o antigo Grupo da Morte. A América do Norte não aceitará alegações de dor, que em publicações históricas causaram fortes emoções e eliminaram o gigante na fase de grupos. A coisa mais emocionante que o acaso trouxe no torneio de Washington foram as pequenas surpresas para o Brasil no Grupo C, a França no Grupo I e Portugal no Grupo K. Seria uma coincidência desastrosa não vê-los nas oitavas de final. Mas nenhum dos favoritos terá mais dificuldade em garantir o primeiro lugar no seu grupo. Pequeno detalhe: o chumbo ajuda a evitar cruzamentos com outras sementes.

Ancelotti, Deschamps e Roberto Martinez não concordarão com isso. Mas a história mostra que a primeira Copa do Mundo com 48 seleções foi realizada na fase de grupos mais amistosa. Este é um esquema premeditado de regulação generosa através do alongamento do elástico. A FIFA exige que os dois primeiros colocados de cada um dos 12 grupos, além dos oito primeiros terceiros colocados, sejam classificados, uma medida que transforma os primeiros 17 dias de competição – 11 a 27 de junho de 2026 – em um evento turístico, em vez de competitivo. As exceções são os grupos C, I e K.

O Brasil, que se classificou em 5º lugar nas eliminatórias sul-americanas, seu pior resultado nas eliminatórias brasileiras, enfrentará Marrocos, Escócia e Haiti no Grupo C. Além do Haiti, escolha de um país fracassado, Marrocos e Escócia representam duas seleções fortes, bem organizadas e atendidas por jogadores capazes de abrir espaço para qualquer um em cenários onde atuam com mais adrenalina do que pressão. O bunker, construído por Walid Regragui, já tirou Espanha e Portugal da última Copa do Mundo. A mesma energia está a favorecer a Escócia, mobilizada por nomes como Christie, McGinn e McTominay. Se o Brasil não mostrar mais do que mostrou nas eliminatórias, se continuar a não concretizar o enorme potencial dos seus novos talentos – Guimarães, Estevão, João Pedro ou Martinelli – dias difíceis estão garantidos.

Até que os playoffs determinem a adesão da Bolívia, do Suriname ou do Iraque, a França também enfrentará duas seleções fortes no Grupo I. Primeiro, a Noruega, a bola que nenhum dos cabeças-de-chave queria ver, saiu da cesta. A Noruega, liderada pela dupla Haaland-Odegaard, acaba de se classificar com oito vitórias em oito e os 37 gols do atacante do City. O Senegal não é menos competitivo. Com um pouco de sorte, os atuais campeões africanos irão para a América do Norte com Sadio Mane, lesionado no Qatar, e um grupo de excelentes jogadores, a maioria dos quais com experiência na Premier League. Se os precedentes importam, a França não esqueceu a maior tragédia futebolística do século: França 0, Senegal 1 na estreia no Campeonato do Mundo de 2002.

Portugal também poderá enfrentar alguns reveses no Grupo K. Ninguém duvida que estará no décimo sexto. Só Espanha consegue reunir talentos como Vitinha, Neves, Nuno Mendes, Bernardo Silva e Pedro Neto. Com a permissão do Uzbequistão, a questão é se eles conseguirão vencer a Colômbia, o furacão Luis Diaz e um time que se classificou nos playoffs europeus. Se a Itália não perder o terceiro Campeonato do Mundo consecutivo, se vencer a Irlanda do Norte e depois os vencedores do jogo País de Gales-Bósnia, em Março, isso poderá causar-lhes mais problemas do que o esperado numa fase de grupos com menos competição do que se pode recordar.