O Instituto Nacional de Medicina Legal informou na segunda-feira que um total de 15 menores foram mortos em atentados bombistas realizados pelos militares entre agosto e novembro. Segundo a perícia, a morte ocorreu nos departamentos de Guaviare, Amazonas e Arauca. A informação chega poucos dias depois do que aconteceu na semana passada no município de Calamar (Guaviare), que levou à morte de sete crianças num atentado bombista contra dissidentes das FARC e obrigou o governo de Gustavo Petro a explicar as suas decisões militares.
Segundo evidências forenses, a primeira operação militar registrada envolvendo a morte de crianças ocorreu no dia 24 de agosto na aldeia nova-iorquina, no município de El Retorno (Guaviare). Lá, o instituto recebeu um total de oito corpos: sete identificados e um não identificado. Destes, sete são homens e uma é mulher. Havia três menores no grupo (dois meninos e uma menina). A organização não especificou a idade ou identidade do falecido.
A próxima operação registrada ocorreu em Puerto Santander (AM). Após a ação do dia 7 de outubro, quatro corpos foram levados ao instituto: três homens e uma mulher, todos menores de idade. Esta explosão, segundo o jornal, ocorreu em 1º de outubro e foi dirigida contra as supostas estruturas dissidentes das FARC, lideradas por Ivan Mordisco. A inteligência militar garantiu que o fogo foi aberto devido a suspeitas da presença de Mordisco na zona. No entanto, a fuga do líder dissidente foi relatada posteriormente.
O laudo pericial continua com ações militares no dia 10 de novembro em Calamar (Guaviare), que resultaram em um total de 20 mortes, que foram recebidas pelo instituto no dia 12. Destes, 16 foram identificados e 4 permanecem não identificados; 13 homens e 7 mulheres. Das 20 pessoas, 7 eram menores. E, finalmente, como resultado da operação de 13 de novembro em Puerto Rondon (Arauca), morreram oito pessoas, três homens e cinco mulheres, das quais uma era menina.
As revelações forenses agravam ainda mais a crise humanitária recentemente identificada, envolvendo a morte de crianças em bombardeamentos militares contra intervenientes armados ilegais. Também trouxe renovada atenção à obrigação primária do Estado de garantir o bem-estar das crianças e adolescentes quando intervém em cenários de guerra.
Por outro lado, as operações foram realizadas sob a liderança de um governo que defende os direitos humanos e que ainda se orgulha disso. O Presidente Peter, no entanto, garantiu que a acção militar foi realizada sob a protecção do Direito Internacional Humanitário (DIH), e confirmou a falta de informação sobre a presença de crianças nas zonas bombardeadas. Mas dada a presença regular de menores recrutados para as forças armadas, as forças governamentais e o Presidente estavam cientes de que o risco de crianças estarem entre os mortos era elevado.