dezembro 9, 2025
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A crise que consumiu o menor indício da autoridade política e ética de Carlos Mason começou numa sala privada em Ventorro, onde foi concebida a primeira de uma cadeia de mentiras que acabaria por revelar o verdadeiro estatuto do ex-presidente. Este jantar, por si só insignificante, tornou-se um símbolo destrutivo porque o maçom decidiu escondê-lo, manipulá-lo e mantê-lo com uma suficiência que hoje beira a obscenidade em comparação com a tragédia que simultaneamente se abateu sobre o sul de Valência. A mentira de Ventorro revelou todas as outras: revelou uma forma de governar em que a imagem pesa mais que a verdade. e onde a responsabilidade institucional evapora ao menor desconforto.

A queda do maçom se deve a este primeiro engano. A princípio negou comida, depois reabasteceu e, por fim, quis justificá-la com um carrossel de contradições. O que poderia ter sido resolvido com uma explicação direta virou escândalo porque tanto ele quanto Maribel Vilaplana decidiram apoiar a falsa história. E embora a jornalista não tenha qualquer responsabilidade política pelo que aconteceu, a sua atitude subsequente é altamente repreensível. Não é de estranhar, portanto, que muitos cidadãos – não por morbilidade, mas por pura lógica – tenham chegado à conclusão de que talvez houvesse algo mais entre eles do que apenas o almoço. Não porque sua vida pessoal importasse, mas porque suas explicações eram tão confusas que causavam exatamente isso: pensar que havia algo escondido que, se fosse realmente sem importância, não exigiria tantas piruetas de comunicação. O dano político, porém, não é pessoal, mas sim a inconsciência daqueles que foram forçados a responder.

Enquanto a DANA devastava o sul de Valência, o Presidente foi desligado voluntariamente. Isto é confirmado pelas mensagens de WhatsApp transmitidas ao juiz pela ex-advogada Salomé Pradas na última sexta-feira, que refutam qualquer álibi posterior. Pradas informou-o do perigo extremo na Garganta do Poyo, das graves inundações e da situação extrema em vários municípios. A resposta a uma dessas notificações, de acordo com o protocolo notarial, foi um indescritível “koyonudo”. Esta palavra é suficiente para medir a leviandade com que o maçom reagiu a uma emergência fatal. Os relatórios também afectaram gravemente o seu chefe de gabinete, José Manuel Cuenca, que está determinado a minimizar a crise e impedir decisões urgentes que poderiam salvar vidas e proteger a imagem do presidente.

A conclusão é tão simples quanto devastadora: a mentira de Ventorro não foi um erro, mas um método. Um método que revela um líder incapaz de assumir o seu papel quando a realidade exige presença, coragem e transparência. O maçom escolheu o oposto: ausência, cálculo e mentiras.