novembro 14, 2025
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Na segunda-feira, o governo mexicano introduziu um decreto impondo tarifas sobre as importações de açúcar no país que variam de 156% a 210%. O imposto, que entra em vigor na terça-feira, afetará mercadorias provenientes de países membros da Organização Mundial do Comércio. “O Governo Federal tem a responsabilidade de implementar os mecanismos necessários para garantir a estabilidade nas indústrias do país”, afirma o documento.

O açúcar líquido refinado e o açúcar invertido são os produtos mais afetados pelo imposto, sendo 210,44% provenientes de importações. Para outros tipos de açúcar, como açúcar de beterraba ou de cana, o aumento será de 156%. A CEO Claudia Sheinbaum afirma que a atual tarifa de importação não é benéfica para o agronegócio do país, “dada a queda dos preços internacionais” dos produtos, “portanto considera-se necessária a alteração de tarifas específicas”.

O decreto apoia o Plano México, iniciativa que estabelece a necessidade de fortalecer a indústria nacional. “A alteração das tarifas é uma ferramenta para proteger os setores produtivos das distorções do comércio internacional”, enfatiza.

O novo imposto está programado para aumentar a partir de 2026, com uma nova taxa adicional para alternativas não nutritivas adoçadas com adoçantes. Mas a resolução aprovada esta segunda-feira não faz qualquer menção a isto. O actual governo também declarou guerra aos refrigerantes ao propor o Pacote Económico 2026, que aumentará a quota de bebidas açucaradas para P3,08 por litro, um aumento significativo em relação a P1,64 este ano. Com este aumento das bebidas açucaradas, o Executivo espera arrecadar cerca de 41 mil milhões de pesos em 2026, que, segundo defendem, serão destinados integralmente ao orçamento da saúde.

Essa é uma das formas pelas quais o Executivo busca reduzir o consumo desse tipo de produto açucarado. A medida é motivada pela necessidade urgente de deter a epidemia de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares que assola o México e que se agravou nos últimos anos. Segundo dados do Inegi de 2022 (últimos dados apresentados), 13,6% das crianças, 16,1% dos adolescentes e 41% dos adultos sofrem de obesidade.