dezembro 8, 2025
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Um carro-bomba explodiu neste sábado em frente à sede da polícia local em Coahuayan, Michoacan, matando pelo menos cinco pessoas e ferindo outras cinco, incluindo menores, apurou este jornal. O ataque à sede do comando municipal ocorreu em meio ao processo de “pacificação” do estado, estratégia implementada pela presidente Claudia Sheinbaum após o brutal assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, em evento público.

A explosão ocorreu às 11h40 na Avenida Rayon, no centro da cidade. Assim que o caminhão com bananas passou pelas portas do comando, explicou ao EL PAÍS o líder dos grupos de autodefesa Coahuayana, Héctor Cepeda, o chamado Comandante Teto. A FGR confirmou que o motorista do caminhão que explodiu é um dos mortos, assim como outras duas pessoas que estavam internadas no hospital regional. A onda de choque do dispositivo causou danos ao centro médico, bem como a residências, veículos particulares e empresas próximas.

A investigação do ataque está sendo coordenada pela Procuradoria de Michoacán, que também inclui a Secretaria de Defesa, Marinha e Segurança, e a Guarda Nacional. O novo ministro da segurança de Michoacán, José Antonio Cruz, que assumiu o poder após o assassinato de Manzo, anunciou uma operação conjunta na área por forças federais e estaduais.

Esta terra bananeira, com mais de 7.000 hectares de plantações, sempre esteve sitiada. Primeiro foram os Cavaleiros Templários e, mais recentemente, o inimigo tornou-se o Cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG). Situada na zona costeira de Michoacán, é uma zona disputada devido à sua forte indústria bananeira, à proximidade da mina L'Aquila (em Colima) e aos laboratórios de metanfetaminas nas montanhas.

Existem bases do exército e da guarda nacional perto de Coahuayana, mas os moradores vêm alertando sobre seus lapsos há anos. Por isso, há um ano, em entrevista a este jornal, o Comandante Teto admitiu estar cansado: “Estou cansado, mas estou ainda mais decepcionado com o governo. O governo continua a desconfiar de nós! Não somos contra eles, somos contra que apoiem os outros”.

Com informações de Pablo Ferri.