Este sábado, um carro-bomba explodiu em frente à sede da polícia local em Coahuayan, Michoacan, matando pelo menos duas pessoas e ferindo oito, incluindo menores, apurou este jornal. O ataque à sede do comando municipal ocorreu em meio ao processo de “pacificação” do estado, estratégia implementada pela presidente Claudia Sheinbaum após o brutal assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, em evento público.
A explosão ocorreu à tarde, quando um caminhão carregado de bananas passava pelas portas do comando, como explicou ao EL PAIS o líder dos grupos de autodefesa Coahuayana, Hector Cepeda, o chamado Comandante Teto. Zepeda lembrou que os criminosos não saíram do caminhão e foram embora, mas estavam dirigindo.
A investigação do ataque está sendo coordenada pela Procuradoria de Michoacán, que também inclui a Secretaria de Defesa, Marinha e Segurança, e a Guarda Nacional. O novo ministro da segurança de Michoacán, José Antonio Cruz, que assumiu o poder após o assassinato de Manzo, anunciou uma operação conjunta na área por forças federais e estaduais.
Esta terra bananeira, com mais de 7.000 hectares de plantações, sempre esteve sitiada. Primeiro foram os Cavaleiros Templários e, mais recentemente, o inimigo tornou-se o Cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG). Localizada na zona costeira de Michoacán, é uma área disputada devido à sua forte indústria bananeira, à proximidade da mina L'Aquila e aos laboratórios de metanfetaminas nas montanhas.
Existem bases do exército e da guarda nacional perto de Coahuayana, mas os moradores vêm alertando sobre seus lapsos há anos. Por isso, há um ano, em entrevista ao jornal Plan Pa, o Comandante Teto admitiu estar cansado: “Estou cansado, mas ainda mais decepcionado com o governo. O governo continua a olhar para nós com desconfiança! Não estamos contra eles, somos contra que apoiem os outros”.
Com informações de Pablo Ferri