novembro 16, 2025
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MADRI, 16 de novembro. (EUROPA PRESS) –

Milhares de pessoas saíram este sábado na Cidade do México para uma manifestação organizada pela chamada Geração Z contra a violência que vive o país latino-americano e criticando o governo liderado por Claudia Sheinbaum, que culminou em confrontos entre um grupo de participantes e a polícia.

A manifestação percorreu o centro da capital mexicana e terminou na Praça da Constituição, conhecida como Zócalo, onde fica o Palácio Nacional, sede do Poder Executivo. Neste momento, começou a tensão entre a liderança da mobilização e as forças de segurança, depois de vários manifestantes terem tentado saltar as cercas que protegiam o edifício do governo.

Segundo o jornal mexicano El Universal, a polícia tentou dispersar a multidão com gás lacrimogêneo e extintores de incêndio, enquanto os participantes atiravam objetos contra os policiais e tentavam romper o cordão de segurança.

O ministro mexicano da Segurança Civil, Pablo Vázquez, garantiu que pelo menos 20 pessoas foram presas, 60 policiais ficaram feridos, 40 deles tiveram que ser levados ao hospital – o número de manifestantes feridos não foi divulgado. Ele também observou que a manifestação foi pacífica durante a maior parte do percurso, mas culpou “grupos de pessoas encapuzadas” por incitarem à violência.

“Estamos trabalhando para identificar todas as pessoas que cometeram atos que constituem crime durante a manifestação e estamos iniciando investigações relevantes em coordenação com a Procuradoria-Geral da Cidade do México”, disse Vázquez, que também negou ter havido qualquer represália durante a operação policial.

Os manifestantes gritavam contra o governo mexicano, como “Claudia, saia” e “Claudia, entenda, as pessoas não gostam de você”. “Já estamos cansados ​​deste governo e de toda esta corrupção. Estamos indefesos. Que saiam os jovens, que não tenham medo”, exclamou um dos presentes.

Da mesma forma, a condenação da violência delineou demandas num país com forte presença de quadrilhas criminosas ligadas ao tráfico de drogas, com mais de 50 assassinatos por dia.

Por sua vez, a Presidente Claudia Sheinbaum condenou as ações violentas e disse que as mudanças estavam sendo feitas de forma pacífica. “Pacificamente, sem quebrar um único copo, conseguimos a transformação do país graças às vozes de homens e mulheres mexicanos”, disse ele do estado de Tabasco.

O Presidente também criticou o organizador da marcha da Geração Z, por considerar que não se trata de um movimento juvenil. “Houve hoje uma manifestação na Cidade do México onde dizem que os jovens estavam a marchar, mas na realidade havia muito poucos jovens”, disse ele.

LEMBRO QUE O PREFEITO DE URUAPAN FOI MORTO

O prefeito de Uruapan, no estado mexicano de Michoacán, Carlos Manzo, foi lembrado durante toda a marcha, apenas duas semanas depois de ter sido baleado e após receber ameaças do Cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG).

Como símbolo da violência política associada ao tráfico de drogas, os participantes carregavam faixas em sua homenagem e entoavam frases como “Carlos Manzo está vivo”. Também participou da marcha a avó do prefeito segurando uma foto de Manzo.

No dia 1º de novembro, Manzo levou seis tiros e foi levado com vida de ambulância ao Hospital Fray Juan de San Miguel, onde faleceu. Outro político, Victor Hugo, também ficou ferido e fora de perigo.