dezembro 23, 2025
navidadsilla-U62200485310eGP-1024x512@diario_abc.jpg

Não há dúvida de que o Natal é uma época marcada pelo esplendor das decorações, das luzes, dos cânticos, das celebrações, dos brindes, dos risos, dos convívios, dos abraços… Porém, enquanto o espírito festivo se acende em todo o seu esplendor, muitas pessoas eles sentem que seus espíritos estão baixos por ser o primeiro Natal sem o ente querido que não está mais com eles devido ao seu falecimento. Esta é a chamada “síndrome das fezes vazias”.

As famílias enfrentam o primeiro dilema: comemorar ou não esses feriados. De acordo com José Carlos Bermejo, CEO do Centro de Humanização da Saúde, o melhor é seguir em frente. “Isso não contradiz a tristeza, a nostalgia, a dor, o sofrimento. Além disso, a verdadeira celebração deve integrar a realidade em que se vive, em vez de negá-la ou escondê-la. Não celebrar é dê todo o poder à ausênciadeixe ela sequestrar você. “Algumas pessoas pensam que ao evitar celebrações estão honrando a memória do seu ente querido e respeitando a sua própria situação de desmotivação.”

“Algumas pessoas pensam que ao evitar comemorações estão honrando a memória de um ente querido e respeitando a própria situação de desmotivação.”

O psiquiatra Javier Quintero concorda que a síndrome nem sempre é fácil de digerir. Para enfrentar essa ausência e não causar tantas dores no Natal, ele recomenda, antes de tudo, não se forçar a ter saúde. “É impossível viver bem essas datas quando falta alguém: você pode sentir tristeza, raiva, vontade de ficar sozinho… Isso é normal. Não se trata de lutar contra essas emoções; Aceitar como você se sente ajuda a aliviar a pressão.

O importante para Quintero é lembrar quem está faltando. “A dor se intensifica quando tentamos evitá-la. Portanto, acender uma vela, pendurar uma foto ou fazer um brinde não piora a ferida: ajuda a dar espaço a essa pessoa. O Diretor Geral do Centro de Humanização da Saúde também orienta sobre isso, reconhecendo que Os rituais são recursos que humanizam. “Eles criam comunidade, fortalecem vínculos, honram a memória até das coisas que são difíceis e nos fazem sofrer. Pode-se comemorar com saudade, com lembranças explícitas, com palavras dedicadas à memória do falecido, com lembranças específicas dos costumes ou detalhes do ausente.

A família desempenha um papel importante neste momento. “O luto abrange todas as gerações, incluindo crianças e idosos”, observa ele. Marta GutiérrezPsicóloga do Luto da equipe de Serviços Psicossociais Mutuam (EAPS) do Programa de Atenção Integrada a Pessoas com Doenças Graves da Fundação La Caixa. Em caso o menor Devemos permitir que sejam e atuem como menores, mesmo que a sua óbvia montanha-russa emocional possa ser confusa para os adultos. Eles podem estar muito tristes e dois minutos depois podem estar muito felizes. É importante respeitar essa hesitação porque é uma ferramenta que eles possuem. Também aconselho não os exclua da tomada de decisões sobre como essas datas serão vividas.

“O amor não acaba quando alguém vai embora, apenas muda a forma como está presente.”

A respeito de pessoas idosasMartha Gutierrez acredita que a prioridade não é tomar decisões por eles, “é melhor perguntar-lhes como querem passar as férias, deixando de lado as pressões sociais para estarem juntos no Natal. Quando estão passando por momentos difíceis, há momentos em que precisam ficar sozinhos, e isso é importante. entenda e respeite issomas informando-lhes que estamos disponíveis caso mudem de ideia.

Segundo Bermejo, muitas vezes existem critérios diferentes para a forma como essas datas devem ser comemoradas. “O principal é não aceitar quem não é saudável, como negação da realidade a necessidade de fornecer espaço explícito para aqueles que não estão lá. Os verbos ajudam: lembrar, agradecer, contar, evocar… Devemos permitir que cada pessoa expresse seus sentimentos.

Isto também enfatiza que a experiência do Natal permanece na memória das crianças que repetirão os padrões aprendidos no futuro. “Portanto, este oportunidade de ensino de primeira classe. Não esqueço como meu pai orou pelos mortos, abençoando a véspera de Natal, e suas lágrimas correram. Ele deu a todos nós pão para beijar como símbolo de inclusão e fraternidade, gratidão e companheirismo. “Devemos encontrar uma expressão adequada para cada estranheza legítima de vários grupos e famílias.”

Por fim, Quintero destaca que o autocuidado é uma questão muito importante. Procure o que nos traz paz: caminhar, escrever o que sentimos, conviver com quem nos faz bem… “A dor não passa, mas fica mais suportável quando você vive isso com melancolia e sem exigências. O amor, alerta ele, não acaba quando alguém vai embora.isso apenas muda a maneira como ele está presente. Não precisamos nos forçar a sorrir o tempo todo. Tente se permitir lembrar, sentir e descansar.

Referência