novembro 20, 2025
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A Seguradora de Aluguer enfrenta uma multa de 3,6 milhões de euros que o Ministério do Consumidor (Ministério dos Direitos Sociais) lhe quer impor pela prática de uma série de ações que considera abusivas. O gestor do leasing já enviou uma declaração escrita acusando-o de multa e Aguarde a decisão do departamento de Pablo Bustinduy, que chegará antes do dia 12 de dezembro. O presidente da Seguro Rental, Antonio Carrosa, está convencido de que os serviços que sua empresa oferece são “totalmente legais” e nega que os locatários sejam obrigados a contratá-los, segundo o departamento de defesa do consumidor e algumas associações de consumidores. “Temos 100 pessoas que trabalham todos os dias nas necessidades dos lojistas”, defende a atuação da sua empresa.

-Como é o processo de verificação do consumidor?

– Há um ano fomos informados que o Ministério do Consumidor iria fazer uma fiscalização e nós fizemos. A mensagem chegou até nós em uma carta. Desde o início abrimos as portas aos inspetores. Mas descobrimos que o processo de verificação já havia começado e já haviam realizado um cliente misterioso para entrevistar vários funcionários. De todas essas entrevistas, eles só conseguiram uma entrevista por telefone sem se identificarem, o que também não pode ser aproveitado, e eles utilizam, ou seja, cometeram uma série de erros processuais. Nossa surpresa também acontece quando, no meio da fiscalização, anunciam que vamos ser multados. E isso acontece num processo que deve ser mantido em segredo administrativo, embora, além disso, a primeira coisa que lhes dizemos é que mantenham o sigilo porque corremos o risco de ser punidos. Mas eles perderam e isso não é legal.

-A sua organização foi uma das mais activas na condenação do fracasso da política habitacional do governo. Você acha que esse cheque é uma vingança por isso? Há outra empresa cadastrada na Secretaria de Defesa do Consumidor cuja identidade nunca foi revelada, mas sabe-se que o seguro de aluguel foi investigado…

– Achamos que isso é uma retribuição. Condenámos o facto de a política habitacional dos últimos sete anos e meio ter sido um fracasso total. Mas o que dizemos é o que todo o setor diz. Afinal de contas, o Ministério do Consumidor subsidia certos pequenos grupos, como o Sindicato dos Inquilinos, e obviamente estes deveriam aplaudir as suas ideias. Entre o Partido Socialista, que opera no mercado com ideias, e o Partido Comunista, como o Sumar, que quer a expropriação das casas e a nacionalização do mercado, já que qualquer um de nós que opera no mercado livre o faz a pretexto de proteger um direito fundamental como o direito à propriedade privada.

-Por que você acredita que os serviços que o Seguro de Aluguel cobra do locatário são legais e não abusivos como afirma o Consumo?

-São legítimos também porque temos três decisões de três tribunais que nos falam sobre isso. Em primeiro lugar, porque a lei determina que o senhorio será responsável pelos custos de mediação e execução do contrato, tal como nós. É o senhorio quem, ao celebrar o contrato dos meus serviços, paga por esses serviços. E isso não é discutido. Isto leva a um conjunto de regras para os consumidores, que estabelecem que os abusos não serão tolerados, por exemplo, que os preços não podem ser “redefinidos”. Mas temos 30 mil casas sob gestão num mercado de 3 milhões de casas. Ou seja, a nossa capacidade de impor preços ou serviços é muito limitada, uma vez que não controlamos nem 1% do mercado. A Defesa do Consumidor diz que estamos introduzindo um seguro que beneficia apenas o proprietário. Entre outras coisas, eles não leram a cláusula do seguro que diz que os locatários o contratam porque eu ofereço a eles primeiro. É também a opção mais barata do mercado porque obviamente temos capacidade de negociação com as seguradoras. Mas isto não é necessário, e isso é comprovado pelo facto de 80% dos nossos alugueres terem seguro. Ou seja, 20% não têm esse contrato, e se não têm é porque não é obrigatório.

– Você pode confirmar que a Seguro Rental não exige que o locatário contrate nenhum dos serviços oferecidos?

– Em nenhum caso isso é forçado. Vendemos produtos que contratamos livremente com milhares de inquilinos que vivem nas casas que administramos.

– Sua empresa se preocupa com o bem-estar dos inquilinos?

-Muitos. Diariamente. Temos 100 pessoas trabalhando nas necessidades dos inquilinos. Existem muitas áreas onde oferecemos valor acrescentado. Se um inquilino esquece as chaves dentro de casa e já é muito tarde e o proprietário está a dormir, enviamos um serralheiro para que ele possa entrar na sua casa; Se a sua caldeira quebrar, estamos prontos para enviar um especialista até você e repará-la em tempo hábil, e assim por diante, para centenas de incidentes. Os inquilinos utilizam constantemente a nossa conta pessoal, onde apertam um botão, e o proprietário e nós recebemos um SMS para que todas as partes entrem em contato e a operação seja iniciada.

– Outra prática sancionada pelo Consumo, cobrar uma taxa pelos serviços do inquilino, que se acredita substituir a taxa de intermediário proibida pela Lei da Habitação. Você considera este serviço ilegal?

Não é ilegal. Desde que começámos, há 18 anos, desenvolvemos um serviço completamente diferente de qualquer agência imobiliária. A imobiliária cobra uma taxa e interrompe o serviço no momento da assinatura do contrato, mas começamos a trabalhar para o inquilino no momento em que ele assina o contrato de locação. É nesse momento que começamos a prestar serviços que mais ninguém presta no mercado: serviços de assistência jurídica, serviços de apoio ao longo de toda a vigência do contrato, gestão de incidentes, celebração do contrato e negociações de serviços adicionais ao contrato de arrendamento, como eletricidade, água, gás, fibra ótica… Até formalizarmos o contrato, não cobramos nada. A mediação e registo são pagos pelo proprietário e os serviços de apoio são pagos pelo inquilino, o que é totalmente voluntário e tem um elevado valor acrescentado.

– A Alquiler Seguro sofre danos reputacionais por reclamações de consumidores? Você perdeu clientes?

– Estamos crescendo, na verdade, continuamos crescendo a taxas de dois dígitos e os proprietários continuam entrando mais para contratar nossos serviços devido à insegurança jurídica e às medidas arbitrárias do governo, e sobretudo por causa desses conflitos de interesses que mostram que o que estão fazendo está causando ainda mais medo no mercado.

– O que o seguro de aluguel reflete no resumo das sanções ao consumidor?

– No fundo, refletimos o que demonstramos na série de denúncias, que tanto na prática quanto na teoria, o seguro de aluguel cumpre integralmente a lei. Argumentámos bem as nossas acusações e, infelizmente, tivemos de começar a trabalhar agora mesmo numa possível reclamação que teríamos de apresentar à administração se as sanções fossem confirmadas.

– Você acha que acabará pagando a multa?

-Não. Nossos escritórios de advocacia e nossos consultores nos dizem que é inconcebível que eles possam nos multar por tais ações. Sabemos muito bem que em três anos essas multas serão esquecidas. O problema é que ninguém vai dar a notícia quando ganharmos este processo. Porque todos sabemos que neste país, infelizmente, a notícia é uma sanção e não uma vitória judicial.

-O que o Seguro de Aluguel fará se as sanções forem bem-sucedidas? Isso porá fim a práticas questionáveis?

-Porque acreditamos que as nossas práticas são plenamente coerentes com a lei e o mercado, continuaremos a lutar por elas.