novembro 21, 2025
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O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, alertou com palavras suaves sobre o perigo que paira sobre a cúpula do clima em Belém do Pará. “Não podemos estar divididos no âmbito do Acordo de Paris. O nosso consenso deve mostrar que somos muito mais fortes do que aqueles que dizem que isto não pode continuar.”

O político ganhou destaque na sessão plenária perante todas as delegações e observadores quando a sua última proposta de acordo para esta COP excluiu referências diretas aos combustíveis fósseis. “Quando a principal economia do mundo se retirar do acordo”, repetiu Do Lago várias vezes, referindo-se aos Estados Unidos e ao seu presidente Donald Trump, “devemos preservar o multilateralismo no espírito de cooperação, e não no espírito de vencedores e perdedores”.

O facto é que um “senso de divisão” tomou conta da conferência, admitiu o presidente da cimeira. A divisão situa-se entre aqueles que insistem numa referência específica ao desenvolvimento de um roteiro para promover a transição do petróleo, do gás e do carvão, e aqueles que não querem ouvir falar desta orientação, quer devido ao nível de produção de hidrocarbonetos, quer devido à sua necessidade de energia, mesmo que seja baseada em fontes sujas.

O projeto apresentado por Corrêa do Lago inclui itens como a criação de um “acelerador de implementação”, mas os delegados no Brasil questionam o que isso realmente significa. Também “pede aos países que melhorem os seus planos climáticos nacionais”, o que ainda é evidente já que uma estimativa do efeito combinado destes planos mostra uma redução de 12% nas emissões em 2035, quando deveria atingir 57%. Esta via aquece o planeta em cerca de 2,5°C. O objetivo do Acordo de Paris é tentar manter as temperaturas em 1,5°C.