O congresso local de Durango, no México, aprovou nesta quinta-feira a Lei Nicole, norma que autoriza cirurgias estéticas realizadas em menores. O regulamento prevê sanções contra os médicos que realizam essas cirurgias, que enfrentam penas de seis a oito anos de prisão, bem como contra hospitais, que poderão ser encerrados. Os pais que também são responsáveis sob esta nova regra serão acusados de negligência e poderão ser condenados a quatro a seis anos de prisão. O anúncio ocorre dois meses depois que Paloma Nicole, uma menor de 14 anos, morreu no estado após passar por uma cirurgia de implante mamário sem a permissão do pai. O caso chegou ao conhecimento público depois que foi revelado que a mãe da jovem havia autorizado um procedimento cirúrgico realizado pelo próprio companheiro. Carlos Arellano, o pai, não soube do ocorrido até o funeral da filha, após o qual apresentou queixa à Procuradoria-Geral da República.
Com essa norma, que ainda não foi publicada no Diário Oficial, Durango se torna o primeiro ente federal do país a ter legislação sobre o assunto. A deputada do Morena, Sandra Amaya, comemorou a aprovação em suas redes sociais. “Uma reforma que proteja a vida e a integridade das nossas meninas, meninos e adolescentes, proibindo quaisquer intervenções cirúrgicas estéticas em menores”, publicou no artigo a mãe de Nicole, que estava no centro cirúrgico durante a operação, segundo diversas fontes, exercendo as funções de enfermeira sem ter autoridade para tal.
A morte de uma jovem Durango abriu um debate sobre lacunas na legislação relativa à cirurgia estética para menores, bem como a pressão social que leva muitas pessoas a se submeterem a tais procedimentos para alcançar um ideal de beleza. Gabriela Vázquez, representante local do Partido da Ação Nacional (PAN), pediu “que não fechemos os olhos a isto”. “Em Durango já vivemos tragédias que nos prejudicam como comunidade. Quando um menor morre devido a um procedimento injustificado, não estamos a falar de moda ou de vaidade, estamos a falar de uma falha institucional, familiar e social que devemos corrigir”, afirmou. Vázquez já questionou o conteúdo que os adolescentes consomem nas redes sociais e pediu mais esforços de prevenção para acabar com esta imagem de “vida ideal das pessoas”. pessoa influente”, que promove um estilo de vida nem sempre saudável.