O Consumo elaborou um Decreto Real que restringirá o fornecimento de alimentos ultraprocessados e fritos, fora dos lares e dos hospitais, a todos os centros públicos, como museus, bibliotecas, universidades e centros desportivos.
O anúncio foi esta quinta-feira pelo Ministro dos Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030, Pablo Bustinduy, na cerimónia dos NAOS Strategy Awards, na Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutricional.
O decreto real, que será anunciado esta quinta-feira, vai limitar o consumo de alimentos ultraprocessados e frituras a duas porções por semana nos centros comunitários em regime de pensão completa e residencial, e no máximo uma vez por semana ao pequeno-almoço e lanches. Além disso, os alimentos ultraprocessados serão excluídos da alimentação infantil.
A regra também se aplicará aos centros, públicos ou privados, que atendem pessoas dependentes ou com necessidades especiais, como centros de saúde, albergues e centros para idosos, centros de atendimento a mulheres vítimas de violência de género, ou centros de assistência infantil.
Seu consumo está crescendo na Espanha
Espanha é um dos países onde o consumo de alimentos ultraprocessados mais cresceu, triplicando nas últimas três décadas, segundo uma análise de dados científicos recolhidos em “Lanceta”. A revista científica publicou um artigo especial sobre pacientes ultraprocessados, elaborado ao longo dos últimos dois anos por 43 especialistas no tema, entre eles Renata Bertazzi, atualmente pesquisadora da Universidade de Salamanca, e Mayra Bes-Rastrollo, professora de medicina preventiva e saúde pública da Universidade de Navarra.
Um artigo fala sobre o quanto aumentou a ingestão de calorias destes alimentos, e a Espanha está no topo dos países onde mais aumentou, de 11% para 32% do consumo diário nas últimas três décadas. “Esse valor reflete o percentual de calorias per capita adquiridas pelas famílias de acordo com pesquisas populacionais. Essas pesquisas são utilizadas quando um país não possui pesquisas nacionais de consumo individual, presumindo que o que for comprado será consumido”, explica Renata Bertazzi.