novembro 14, 2025
7O5FVF5KDEKJ5NVYZLBR456VTU.jpg

A Autoridade de Administração Judicial (OAJ) disse que os pagamentos de liquidação a juízes demitidos devido à reforma judicial ocorrerão em 10 de dezembro. Para receber a indenização, os juízes e magistrados federais devem comparecer com uma testemunha na sede da OAJ na Avenida Revolucion, na Cidade do México. O anúncio foi visto como um grande avanço para estes trabalhadores, que até há poucos dias nem sabiam se receberiam uma indemnização, mas também levantou dúvidas sobre o risco de reunir centenas de juízes num só local ou sobre quais os critérios de antiguidade e salário que utilizariam para a indemnização. Diante dessas questões, os juízes demitidos guardam o protesto para quarta-feira.

Em 1º de setembro, entraram em vigor mudanças no sistema judicial do México. Há 800 novos juízes federais que foram eleitos em junho, enquanto centenas de juízes aposentados deixaram seus cargos. Desde então, os demitidos recebem indenizações previstas na Constituição. O décimo artigo transitório da reforma judicial estabelecia que os magistrados e juízes que “terem cumprido as suas funções por rejeição da candidatura ou não eleição de cidadãos para novo período terão direito ao pagamento de uma quantia equivalente a três meses de salário integrado e vinte dias de salário por cada ano de serviço prestado, bem como outros benefícios a que tenham direito”.

Na tarde de segunda-feira, a OAJ forneceu informações em comunicado sobre este “pagamento único emergencial”. O órgão, surgido do extinto Conselho Judiciário Federal, reunia juízes e magistrados destituídos das 8h às 19h em seu prédio da Revolução. “Esta nomeação é um grande avanço porque no início nem nos disseram se nos iam pagar, agora temos a confirmação e uma data específica. A questão é como nos vão pagar”, afirma a juíza reformada Marlene Angeles.

Os trabalhadores despedidos levantam principalmente a questão da segurança. “Por que eles estão nos obrigando a sair ao mesmo tempo? Todos nós já fomos ameaçados em algum momento de nossas carreiras judiciais. Como eles vão nos reunir? Eles vão nos oferecer segurança?” pergunta Angeles. Juízes e magistrados também questionam por que razão o pagamento deveria ser feito pessoalmente e na presença de testemunhas, em vez de electronicamente para as contas das quais recebiam os seus salários há dois meses. A figura “necessária” da testemunha também preocupa os juízes, sobretudo pelo custo da deslocação não só ao edifício na Cidade do México, mas também a outra pessoa, por exemplo, de estados como Sinaloa, Sonora ou Quintana Roo, que ficam a mais de mil quilómetros da capital. “Existem outras maneiras mais fáceis de receber o pagamento”, concluiu o juiz federal.

Além disso, os juízes exigem que o OAJ garanta que os pagamentos estabelecidos pela Constituição correspondam a um salário integrado (incluindo benefícios) e não a um salário base; que as pensões adicionais esperadas para os empregados reformados também sejam pagas “imediatamente” e que, com base no tempo de serviço, as suas carreiras judiciais sejam respeitadas. São aspectos que não estão especificados no comunicado do órgão, por isso os trabalhadores demitidos marcharão entre a sede do Judiciário Federal nesta quarta-feira. “Este anúncio foi um avanço muito importante, mas precisamos de esclarecimentos sobre questões que são críticas”, afirma Marlene Angeles.