Seja pelo efeito da luz do presente, por confusão ou qualquer outra coisa, consciente ou inconscientemente, o concelho do norte de Tenerife com uma esmagadora maioria de PPs certamente ouvirá algumas críticas (e elogios, haverá todos) por tornar branco o Rei Balthasar no cartaz do programa deste ano. Na verdade, já houve críticas nas redes sociais de vizinhos indignados exigindo uma solução e não entendendo como isso poderia acontecer. Trata-se de Los Realejos, onde os conservadores governam com uma maioria absoluta de 15 dos 21 vereadores, mas que de vez em quando, como aconteceu recentemente com o uso do vinho Ribera del Duero na celebração do 70º aniversário da fusão de Realejo Alto e Bajo, vai longe demais ou entra em situações um pouco complicadas, para dizer o mínimo.
Provavelmente muitos vizinhos ou pessoas de outros locais não partilham das críticas que já começaram a ser lidas nas redes ao considerarem a anedota (“besteira”) da tez de Balthazar na imagem que já aparece em todos os cartazes reais de Natal de 2025-2026, mas outros também acreditam que se trata de algo intolerável, um erro incompreensível, susceptível de muitas interpretações, e mais ainda com o terreno fértil que existe em relação à migração, o racismo. e algum discurso explícito ou implícito.
A verdade é que o presidente da Câmara Adolfo González e a vereadora do festival Isabel Socorro (uma das vereadoras com mais poder no concelho e influência no PP local) apresentaram com orgulho o programa destas celebrações na passada quinta-feira e não pararam de mostrar o novo cartaz. Criado pelo segundo ano consecutivo pelo designer gráfico local Christopher Garcia Salazar. A imagem, conforme destaca o comunicado emitido pela Câmara após a conferência de imprensa de apresentação, “ilustra também a capa do programa de atividades, dos quais foram publicados 6.000 exemplares manuais para distribuição em todo o concelho e que agora podem ser consultados detalhadamente e descarregados em versão digital (atualizada em função de possíveis alterações do programa) através do site municipal www.losrealejos.es”.
No dia, como é típico deste tipo de apresentações, ostentando sinais de orgulho com cartazes e programas nas mãos, ambos os governantes locais gabaram-se das centenas de eventos planeados ao longo de 45 dias e de uma “forte aposta na decoração” que decoraria as ruas e praças reais “até 5 de janeiro”, a nova Noite dos Três Reis (incluindo Balthasar), mas prestaram pouca atenção a um detalhe de design que já está a ser criticado.
É claro que não havia nenhuma motivação maligna ou estranha e distorcida aqui; Certamente nem se deram conta ou simplesmente negligenciam as críticas nas redes e esta informação, mas não se pode negar que Balthazar não é negro numa imagem que, no contexto atual em Espanha e em grande parte do mundo, é suscetível de interpretações, censuras e usos nem sempre instrutivos e que por isso justificam um novo “renúncia”.
Face a outros precedentes, esta situação é difícil de reconhecer como um erro, mas se prestarmos atenção às vozes críticas que começaram a ser ouvidas no município e não só, talvez haja tempo para corrigir isso (pelo menos na parte digital e no site), embora não tanto com os 6.000 exemplares que já foram divulgados pela imprensa de plantão.