O Senado iniciou esta tarde a sua sessão ordinária, marcada por especulações e rumores que apontam para a iminente saída de Alejandro Hertz Manero, o procurador-geral que cessa funções em janeiro de 2028. A presidente Claudia Sheinbaum evitou aprofundar o assunto na sua conferência de imprensa matinal, onde se limitou a reconhecer que recebeu a carta da Câmara Alta e que a analisaria detalhadamente antes de se pronunciar publicamente sobre o assunto esta sexta-feira.
A reunião da Câmara Legislativa começou com mais de uma hora de atraso e nem um único ofício do Poder Executivo ou do Ministério Público apareceu no Diário Parlamentar explicando a renúncia de seu titular, Alejandro Gertz. Os legisladores começaram com uma agenda que inclui a aprovação de licenças e substituições no Senado e a introdução de diversas iniciativas, mas sem tocar no grande tema. Após 90 minutos de debate, a presidente da entidade, Laura Itzel Castillo, deu um intervalo. A reunião será retomada às 14h30.
Após as declarações de Sheinbaum, teve início no Senado uma reunião do Conselho de Coordenação Política (Jucopo), onde se reúnem os coordenadores dos seis grupos. Lá, Adan Augusto López, líder da maioria Morena, deveria informar sobre um documento enviado ao Presidente que supostamente dizia respeito à liderança de Hertz Manero à frente da FGR, comissão criada pelo Presidente Andrés Manuel López Obrador.
Em meio a especulações e rumores, alguns senadores garantiram que o documento enviado por Adan Augusto aponta algumas deficiências da FGR em seu trabalho, que são regulamentadas pelo Senado de acordo com o artigo 102 da Constituição.
Durante a sessão, o coordenador do Morena, Adán Augusto López, manteve um diálogo com membros de sua facção, durante o qual alguns membros afirmaram oficiosamente que a saída de Hertz Manero era um fato, e até propuseram um nome como possível substituto – o nome de Ernestina Godoy, atual assessora jurídica do presidente Sheinbaum.
“Estamos aguardando, entendemos que isso tem a ver com essa revisão, estamos até esperando que Yucopo nos ligue em algum momento para saber em detalhes o documento de que o presidente falou e poder saber o que há sobre ele. No momento estamos esperando”, disse a senadora Alejandra Barrales do painel do Movimento Civil (MC), que, assim como os grupos PRI e PAN, não tem informações sobre a demissão ou destituição do procurador.
Somando-se à tensão e confusão sobre versões conflitantes sobre o futuro de Hertz Manero estava o sigilo dos coordenadores parlamentares, que deixaram a reunião de Yucopo sem fazer declarações à imprensa. Além disso, os jornalistas não foram autorizados a entrar na sala do plenário, o que normalmente é permitido antes do início das reuniões ordinárias.
Se a renúncia do procurador for confirmada, ela deverá ser anunciada a todo o Senado e justificada com motivos graves. Em caso de demissão, a Lei Orgânica da FGR estabelece um mecanismo de substituição temporária até à recondução do dirigente. A responsabilidade recairá, em princípio, sobre a procuradora especial de supervisão da concorrência, Cristina Resendiz Durruti.