– Europa Imprensa/Contato/Lúcio Távora
MADRI, 9 de dezembro (EUROPE PRESS) –
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à comunidade internacional para angariar os fundos necessários para cuidar de pessoas em situações particularmente vulneráveis, um dia depois de as Nações Unidas terem solicitado a angariação de 33 mil milhões de dólares (cerca de 28,3 mil milhões de euros) para os desafios de resposta humanitária em todo o mundo até 2026.
“Encontramo-nos em tempos muito difíceis. As necessidades humanitárias estão a crescer. As crises estão a multiplicar-se. E o sistema humanitário está a ficar sem recursos, com milhões de vidas em jogo”, disse Guterres durante um evento de doadores de alto nível para o Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O chefe da ONU destacou que, desde 2006, o fundo forneceu quase 10 mil milhões de dólares em assistência vital a mais de cem países, trabalhando com mais de vinte agências e centenas de parceiros, alcançando dezenas de milhões de pessoas todos os anos. “Funciona porque é rápido, flexível e justo, e muitas vezes vem antes de outras fontes de apoio”, disse ele.
No entanto, disse que “o sistema humanitário enfrenta hoje o seu maior teste”, apesar de a ONU estar a “aproveitar ao máximo cada dólar disponível”, uma vez que “as contribuições dos doadores foram cortadas drasticamente em 2025 como nunca antes” e, de facto, “prevê-se que as contribuições projectadas para este ano sejam as mais baixas desde 2015, uma tendência perigosa que enfraquece” a capacidade de resposta.
E como resultado desta situação, “inúmeras pessoas morreram, outras passaram fome ou ficaram sem cuidados médicos, abrigo e proteção”. “Este é o momento em que nos pedem para fazer cada vez mais com menos e menos. Este é um momento em que nos pedem para fazer mais e mais com cada vez menos”, afirmou.
Ontem, a organização internacional indicou que de um montante total de 33 mil milhões de dólares, 23 mil milhões de dólares (cerca de 19.700 dólares) são considerados prioritários para ajudar 87 milhões de pessoas em situações de particular vulnerabilidade – embora 239 milhões de pessoas precisem deles – face à diminuição do financiamento internacional.