O ouro, a prata e a platina atingiram máximos históricos, prolongando uma recuperação histórica de final de ano para os metais preciosos, apoiada pelas crescentes tensões geopolíticas, um dólar americano fraco e uma liquidez de mercado restrita.
O ouro à vista subiu até 1,6 por cento, para uma máxima acima de US$ 4.540 a onça na sexta-feira. A prata spot para entrega imediata avançou pela quinta sessão, subindo até 7,6%, para cruzar US$ 77 (US$ 114) a onça.
O ouro ganhou cerca de 70% este ano e a prata mais de 150%.
Os atritos na Venezuela, onde os Estados Unidos bloquearam petroleiros e aumentaram a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, aumentaram o apelo do metal precioso como porto seguro. Washington também lançou um ataque militar contra o Estado Islâmico na Nigéria, em colaboração com o governo da nação africana.
“A intensificação das tensões geopolíticas continuou a sustentar a procura de ativos portos seguros”, incluindo ouro e prata, disse Daniel Takieddine, CEO do Sky Links Capital Group. A baixa liquidez do mercado no final do ano também amplifica as oscilações de preços, segundo Takieddine.
O Bloomberg Dollar Spot Index, um indicador-chave da força da moeda norte-americana, caiu 0,7% na semana, a maior queda desde junho. Um dólar mais fraco geralmente apoia o ouro e a prata.
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O ouro ganhou cerca de 70 por cento este ano e a prata mais de 150 por cento, com ambos os metais no caminho certo para os seus melhores desempenhos anuais desde 1979. A forte recuperação foi apoiada por fortes compras por parte do banco central, entradas de fundos negociados em bolsa, bem como três cortes sucessivos nas taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA. Os custos mais baixos dos empréstimos são um fator favorável para os metais preciosos, que não pagam juros, e os traders estão apostando em novas reduções das taxas em 2026.
As medidas agressivas do presidente dos EUA, Donald Trump, para reestruturar o comércio global, juntamente com as ameaças à independência da Reserva Federal, deram impulso à recuperação no início deste ano. A procura dos investidores também foi sustentada pela chamada negociação em baixa, uma vez que as preocupações com o aumento da dívida levaram a uma retirada das obrigações soberanas e das moedas em que são emitidas.
A resiliência do ouro foi demonstrada pela sua rápida recuperação após recuar de um máximo anterior de US$ 4.381 em outubro, quando a recuperação foi considerada superaquecida. A compra pesada de ETFs tem sido um dos principais impulsionadores do último aumento, com as participações no SPDR Gold Trust da State Street, o maior ETF de metais preciosos, aumentando em mais de um quinto este ano.