dezembro 12, 2025
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Os prelúdios do encontro entre o PP e o PSOE em Aragão não prenunciaram um acordo, mas sim o contrário. Horas antes de se reunir com Pilar Alegría, ministra e líder do PSOE em Aragão, o presidente de Aragão, Jorge Azcon, escreveu um tweet que acompanhava uma foto da líder socialista almoçando com o ex-vereador de La Moncloa Paco Salazar, acusado de assédio sexual, encontro pelo qual ela teve que se desculpar. “Terei o prazer de informar que o combate à violência sexista é uma prioridade do meu governo, com o objetivo de que casos como o do seu amigo Francisco Salazar não fiquem impunes”, repreendeu-o Azcon numa publicação nas redes sociais.

Apesar do clima de completo choque político, Alegría insiste que convidou Azcon para iniciar negociações de apoio ao orçamento, o que, segundo o ministro, o presidente popular rejeitou. “Se Azcon convocar eleições, será por capricho, por interesse próprio ou por incompetência”, queixou-se o candidato do PSOE às próximas eleições em Aragão, que tudo indica serão realizadas em fevereiro. Os populares respondem que não confiam na vontade negocial dos socialistas. “Eles (PSOE) não são confiáveis ​​e, portanto, não podemos chegar a nenhum acordo”, disse mais tarde o ministro das Finanças de Aragão, Roberto Bermúdez de Castro.

Alegría explicou numa conferência de imprensa em Saragoça após a reunião com Azcon que propôs a criação de uma comissão técnica para chegar a um acordo sobre os orçamentos. Um porta-voz do ministro do Governo, Pedro Sánchez, disse ao Presidente de Aragão que, como prova da sua vontade de concordar, o PSOE votaria no caminho da estabilidade.

A resposta que recebeu, segundo a dirigente socialista, é que o PP “não confia” no PSOE. “O senhor Azcon mordeu esta mão estendida”, queixou-se Alegría, que acredita que o presidente aragonês está “a pedir desculpa ou para concordar com o Vox ou para levar a comunidade autónoma às urnas”. Posteriormente, Alegría repetiu até quatro vezes que se, como tudo indica, o Presidente de Aragão espera eleições em Aragão, isso acontecerá “por capricho, por interesse próprio, por incompetência, ou pelos três”.

Por outro lado, o PP afirma que a proposta do PSOE foi um “engano” e a mão estendida foi uma “mão podre”. “Esta é a reunião mais falsa em que já participei”, queixou-se o ministro das Finanças de Aragão. Bermúdez de Castro chamou o ministro socialista de “o aluno mais lucrativo de (Pedro) Sánchez”.

Segundo fontes aragonesas do PP, o fracasso das negociações com o PSOE acaba por reforçar o contexto que levará a eleições antecipadas em Aragão, no próximo mês de Fevereiro. Na verdade, os orçamentos foram condenados na terça-feira, quando o Vox bateu a porta aos registos do governo, e o PP espera que Azcon anuncie as assembleias de voto nos próximos dias. Se isso acontecesse na próxima segunda-feira (uma possibilidade que se intensificou nas últimas horas), a eleição teria ocorrido no dia 8 de fevereiro.

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