A duas voltas do final em Abu Dhabi: Max Verstappen vence, Oscar Piastri é segundo, George Russell é terceiro e Lando Norris é quarto. Oscar receberá ordem de deixar os dois carros passarem? -Cris
O chefe da equipe McLaren, Andrea Stella, reiterou depois do Qatar – como fez muitas vezes nesta temporada – a política de justiça da McLaren para com ambos os pilotos e sua determinação em dar a ambos a oportunidade de perseguir seus objetivos.
“Quando se trata de ter dois pilotos na busca pelo Campeonato do Mundo, a nossa filosofia e a nossa abordagem não vão mudar”, disse Stella.
“Oscar é absolutamente capaz de ganhar o título do ponto de vista. Já vimos antes na história da Fórmula 1 que quando você está neste tipo de situação, às vezes é o terceiro (no campeonato que vai para a última corrida) quem realmente vence.
“Vimos isso, eu acho, em 2007, em 2010. E o Oscar é rápido, ele merece apenas poder realizar sua atuação.
“Deixamos os pilotos em condições de competir uns contra os outros, mas o que é especialmente importante para nós é que estamos em condições de vencer Verstappen com um dos nossos dois pilotos”.
A McLaren quer ser justa com ambos os pilotos, mas também quer garantir que um de seus pilotos ganhe o título.
Isso significa que alguns enigmas interessantes podem surgir durante a corrida.
Nesse cenário, Verstappen, com Piastri e Russell da Mercedes em qualquer ordem, conquistaria o título, o mesmo número de pontos de Norris, mas com mais uma vitória.
Mas se Piastri passasse para terceiro e permitisse que Norris terminasse em terceiro, Norris seria campeão.
Ao mesmo tempo, vale a pena ter em mente que a vitória de Piastri na corrida poderia ajudar Norris a conquistar o título, já que nesse cenário Norris só teria que terminar em quinto, mesmo que Verstappen fosse segundo.
Toda a cultura da McLaren é baseada na transparência e na veracidade. Também se baseia em conversar e garantir que todos os cenários possíveis sejam considerados antecipadamente.
Mas qual seria o resultado dessas conversas? A McLaren perguntaria isso a Piastri? Certamente.
Piastri se ofereceria para fazer isso, dada a veemência com que ambos os pilotos da McLaren expressaram seu compromisso com a equipe e sua cultura nesta temporada?
Obviamente não sei e não posso saber a resposta.
Caso contrário, ele corre o risco de explodir tudo o que os pilotos e chefes de equipe disseram e trabalharam durante todo o ano.
Mas no estresse de quem toma decisões sobre o título, o julgamento pode dar errado para qualquer um, dentro e fora do carro.
Não esqueçamos que em uma das situações citadas por Stella – 2007 – aconteceu algo semelhante.
Na última corrida no Brasil, Felipe Massa, da Ferrari, liderou a corrida até os pit stops finais, com seu companheiro de equipe Kimi Raikkonen em segundo lugar.
Se tivessem terminado nessa ordem, com as demais vagas permanecendo iguais, Lewis Hamilton teria conquistado o título à frente da McLaren, marcando tantos pontos quanto o companheiro de equipe Fernando Alonso, mas vencendo após a contagem regressiva dos resultados.
Então a Ferrari manipulou seus pit stops para que Raikkonen conquistasse a vitória e o título.