dezembro 19, 2025
MS3AYNPDWNKV3PCYK5KWNLQN5A.jpg

O presidente da associação catalã de PME Pimec, Antoni Cañete, explicou esta quinta-feira que já está a dar os primeiros passos para conseguir legalmente a sua entrada no Conselho Económico e Social (CES). A associação patronal enviou uma carta ao Ministério do Trabalho a pedir autorização para participar neste órgão, uma vez que lembra que está sujeito à regulamentação de 2024 promovida pelo próprio governo, e ameaça tomar medidas administrativas caso não haja resposta. O CES tem vários membros cujo mandato expirou, incluindo o do Presidente Anton Costas, o que explica em parte o atraso neste processo, ao qual se opôs abertamente a CEOE e o Cepyme.

Durante um pequeno-almoço informativo em que resumiu o ano na Pimec, Cañete observou que ao longo do ano passado a associação patronal “derrubou barreiras” a nível institucional ao entrar em vários quadros do diálogo social espanhol. “Foi uma anomalia democrática que as PME não participassem no diálogo social em Espanha após 50 anos de democracia”, disse Cañete. Um exemplo é a Comissão Consultiva Nacional de Negociações Coletivas, à qual a Pimec aderiu em abril passado. Para Cañete, a representação das PME nos órgãos de decisão é fundamental, uma vez que as PME representam a grande maioria das empresas em Espanha e na Catalunha.

Contudo, há um órgão em que, apesar da entrada garantida, isso não acontece: o Conselho Socioeconómico. Em maio de 2024, o governo aprovou um decreto real que obriga o órgão consultivo a adaptar a sua organização e regras de funcionamento interno. Esta mudança beneficia a Pimec, pois é uma das maiores organizações representativas em Espanha (juntamente com a CEOE e a Pime Balears) e o decreto estipula que aqueles com maior representação podem aderir. Isto causou alguma tensão nas associações patronais que representam grandes empresas, uma vez que teriam de partilhar o espaço de tomada de decisão com as associações patronais das PME.

A resolução abriu prazo de três meses para adaptação do regulamento, e após sua adaptação – mais três meses para o registro oficial de entrada. “O governo disse-nos que como os mandatos dos membros do CES estavam a expirar, era melhor esperar, e depois voltou a pedir-nos que esperássemos porque o mandato do presidente Anton Costas estava a expirar. Mas já avisamos que se não entrarmos antes do final do ano, iniciaremos um processo legal que começa agora com esta carta”, explicou Cañete. O Presidente garantiu que a carta é o primeiro passo para a instauração de ação judicial na esfera administrativa disputada.

Referência