novembro 16, 2025
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O brasileiro Silvio Almeida, que foi demitido do cargo de ministro há 14 meses quando surgiram as primeiras acusações anônimas contra ele, foi formalmente acusado pela polícia de assediar sexualmente várias mulheres. Embora o caso permaneça sigiloso, a ministra da Igualdade Racial, Marielle Franco, se destaca entre as supostas vítimas. Segundo reportagens de jornais, Almeida o tocou durante reunião ministerial na presença do chefe da Polícia Federal. Almeida, um filósofo com uma carreira acadêmica distinta, era um dos intelectuais negros mais proeminentes do Brasil quando Luiz Inácio Lula da Silva o nomeou ministro dos direitos humanos. Ele protesta sua inocência e diz que tudo isso é uma campanha contra ele.

A polícia apresentou queixa contra Almeida ao Supremo Tribunal Federal, que está julgando o caso. Este, por sua vez, foi encaminhado à Procuradoria Geral da República, que decidirá se há provas suficientes para levar a julgamento o suposto assediador sexual. A denúncia tramita em instância superior porque Almeida era ministro quando ocorreram os fatos descritos. O ex-ministro foi condenado ao ostracismo.

Há pouca certeza sobre esta questão, uma vez que o processo é secreto. Revista Piauí publicou um relatório detalhado baseado em uma ampla gama de fontes. Sabe-se que a ministra Franco prestou depoimento à polícia, mas praticamente não falou publicamente sobre o assunto. Tanto Almeida quanto Franco, irmã da vereadora assassinada Mariel Franco, eram ativas no movimento negro e chegaram ao governo vindos de mundos fora da política profissional. Esses foram os dois ministros mais populares do governo Lula entre os progressistas brasileiros.

O ataque sexista sofrido pela presidente mexicana Claudia Sheinbaum durante um recente evento público pelas mãos de um homem chamou a atenção para um tipo de violência que afecta apenas as mulheres, mas que atinge até as mais poderosas delas.

O escândalo eclodiu em setembro de 2024, quando a Me Too Brasil, ONG que defende vítimas de violência sexual, disse ter recebido denúncias anônimas de cinco mulheres contra o ministro Almeida. Após um choque inicial, dada a reputação pública dos acusados, o Presidente Lula decidiu arquivar o caso. Ele o chamou ao seu escritório e exigiu sua renúncia. Quando ele recusou, ele o demitiu.

A primeira informação anônima foi confirmada poucas horas depois por uma declaração descarada que a mulher postou no Instagram. A professora Isabel Rodriguez contou que depois de fazer amizade com Almeida e tomar um café, em 2019, enquanto almoçava com outras pessoas após uma reunião de trabalho, colocou a mão sob a saia dela e tocou suas partes íntimas. “Demorei para perceber que era uma vítima”, explicou na época.