dezembro 17, 2025
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Com a chegada do Advento, muitas cidades e casas em Espanha colocam a sua Presépioou básico com manjedoura e personagens principais, ou seja. Virgem Maria, menino Jesus, São José, anjo e três reis magosou mais complexo, com a recriação completa de uma pequena vila com os seus pastores, artesãos ou mesmo outro grupo de trabalhadores ou moradores, o que inclui também a criação de pontes, musgo artificial e a recriação da água, bem como figuras locais como Kaganercom extensas tradições na Catalunha.

Todos nós sabemos o que é Presépiocolocamos um em nossa casa e podemos até ir ver alguns dos presépios ao vivo que são criados em toda a nossa região, mas o que é menos comum é conhecer a história desta tradição, que remonta às férias de Natal, e para isso teremos que viajar para Itália.

Assim nasceu o que conhecemos como Belém.

Para conhecer a origem do presépio ou da manjedoura, é necessário remontar às primeiras comunidades cristãs, em catacumbas romanasonde foram encontradas as primeiras imagens de presépios, sendo a mais antiga um afresco do século II em Capela Greganas catacumbas Priscila de Roma, onde a Virgem Maria é retratada com o menino Jesus no peito, envolta em panos e aparecendo ao lado deles três sábios do Orienteque neste momento aparecem sem capa e sem coroa.

Mas foi no século V que surgiram as primeiras imagens, recriando o nascimento de Cristo, concretamente isto foi em Roma, na chamada Igreja de Santa Maria ad Preaspepeque hoje é V, um dos mais importantes da cidade e que abriga o túmulo do Papa Francisco I, falecido em 2025. O Papa está aqui Sisto III Trouxe fragmentos do “berço santo” da Terra Santa e colocou-os numa capela construída para esse fim.

Daqui surge outro germe que mais tarde deu origem ao que conhecemos como Belém, e são imagens tradicionais que começaram a ser criadas no século VIII em vários locais da Itália, que retratavam tanto o nascimento como a ressurreição de Jesus, mas que foram criticadas pelo Papa da época. Inocêncio IIIque os chamou de “vulgares”.

O primeiro presépio cristão conhecido ocorreu no século XIII.

Daqui passamos para o século XIII, nomeadamente 1223, quando São Francisco de Assis Ele estabeleceu o primeiro presépio como o conhecemos hoje, e que aconteceria na cidade de Greccio, na região do Lácio, na Itália, onde chegou para evangelizar a população, em sua maioria analfabeta, e por isso o santo pediu permissão ao Papa Honório III para poder criar primeiro presépio vivo em uma caverna localizada não muito longe do mosteiro da cidade.


Presepe di Greccio (12295-12299), décima terceira pintura do ciclo de afrescos de Giotto na Basílica de Assis, dedicada à vida de São Francisco.

O que se sabe sobre este episódio é o que está descrito em Legenda Principal São Francisco de Assis, que afirma que uma manjedoura foi preparada com feno, palha e animais, e que uma figura substituindo o menino Jesus devido ao frio do inverno à noite foi vista ganhando vida, segundo algumas fontes ele começou a chorar, segundo outras ele mexeu os braços. Mas o que é importante neste presépio é o aparecimento de figuras como o burro e o boi, que não aparecem na história do nascimento dos quatro Evangelhos, embora sejam mencionadas no livro. Isaías pertencer Antigo Testamento.

O presépio foi trazido para a Espanha pelo rei Carlos III.

Da imagem do presépio de São Francisco de Assis passamos para a primeira forma moderna com figuras, atribuída a São Caetano de Tienne em 1534. e se expandiu durante a era barroca, quando chegou a casas senhoriais e humildes, com os presépios napolitanos ganhando fama no século XVIII por sua combinação de cenas sagradas com a vida cotidiana. Gostei especialmente desta tradição rei Carlos III, que foi rei de Nápoles e que, tendo-se mudado para Espanha, transmitiu esta tradição com a sua esposa, Rainha Maria Amália da Saxônia.

Os reis até construíram uma sala especial, que ficou conhecida como “Belém principesca', primeiro no Palácio do Bom Retiro e depois no Palácio Real, que era uma típica manjedoura napolitana com costumes e roupas locais, encomendada pelos valencianos. José Esteve Bonet e José Ginés Marine também Mursiano Francisco Salzillo. Esse costume se espalhou até se tornar comum nos lares espanhóis em meados do século XIX.

Referência