O Partido Popular (PP) está a intensificar a sua ofensiva parlamentar sobre um contrato entre o Ministério da Defesa espanhol e a Turquia de Recep Tayyip Erdogan para produzir 45 novos aviões de treino para pilotos de caça espanhóis e … ataque que substituirá os atuais – e já obsoletos – F5 e T-38, custando mais de 3 mil milhões de euros (3120 especificamente). Um prêmio que a ABC informou ter anunciado na terça-feira teria sido concedido sem competição.
Agora, além do Congresso dos Deputados, onde no início da semana foram registadas diversas questões, além da obrigatoriedade de o ministro da Indústria comparecer perante a comissão, isso também será feito no Senado. Os representantes de Alberto Nunez Feijoo na Câmara Alta, liderados por Alicia García, apresentaram uma nova iniciativa ao governo de Pedro Sánchez, para que respondesse por escrito ao contrato que o departamento da socialista Margarita Robles entregou a Ancara.
O Grupo Popular no Senado acredita que a recente aquisição de aeronaves turcas Hürjet, fabricadas pela empresa estatal de defesa Turkish Aerospace Industries e atualmente em fase de desenvolvimento – o que significa que nem sequer estão em produção – “exige uma explicação urgente” do Ministro Robles. Razões pelas quais a relação contratual “teria sido formalizada sem procedimento público, num quadro em que os dispositivos nem sequer eram produzidos, e sem explicação pública dos critérios técnicos e estratégicos que justificavam a operação”.
Além disso, a carta, a que este jornal teve acesso, afirmava que a compra de 45 aeronaves “teria sido concluída após uma reunião entre o presidente do governo, Pedro Sánchez, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan”, em junho do ano passado. Isto, disseram, levanta dúvidas “sobre a transparência, viabilidade económica e avaliação técnica do acordo”.
É por isso que o NP registou quatro perguntas sobre aquela que considera ser a “última manobra do dedo” do executivo central. “Pode o governo espanhol confirmar se foi seguido um procedimento de contratação que garanta a concorrência e a transparência, conforme exigido pelas atuais regras de contratação pública?” exige saber, além de “os critérios técnicos e estratégicos que a direção espanhola seguiu para selecionar um modelo de aeronave que ainda não foi produzido e que, conforme publicado pela ABC, nem sequer foi avaliado pelo Exército Aeroespacial”.
O senador José Antonio Monago, que assinou este novo conjunto de perguntas, pede também a Moncloa que justifique ter assumido os custos de mais de 3 mil milhões de euros para uma operação que, como salienta, “além de não ter sido informada pelo Congresso – o mesmo “modus operandi” do caso dos 10 mil milhões que Sánchez anunciou em Abril para atingir os 2 por cento do PIB com os quais Espanha já se comprometeu com a NATO – não tem precedentes em termos de aquisição direta sem concorrência. Por último, o público exige uma avaliação do que considera ser “uma possível perda de oportunidade para a indústria de defesa nacional” devido ao não avanço de um processo aberto aos fornecedores espanhóis ou, na sua falta, aos fornecedores europeus.