novembro 21, 2025
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Segundo a imprensa suíça, este acordo foi celebrado não só em troca de investimento suíço, os suíços estão determinados a investir US$ 200 bilhõescerca de 172 mil milhões de euros nos EUA entre agora e 2028, mas este sucesso diplomático pode ter um contexto menos tradicional.

Apenas seis dias antes do anúncio, Donald Trump recebeu no Salão Oval uma delegação suíça composta por executivos de grandes marcas de luxo como Rolex, Breitling e grupo Richmontproprietário Cartier, Baumé e Mercier, Vacheron Constantino ou Jaeger-LeCoultre.

Os empresários suíços não chegaram de mãos vazias, pois tinham adoptado uma estratégia de sedução de executivos que suavizaria a tal ponto a posição do presidente norte-americano que já se falava na imprensa sobre a chamada “diplomacia Rolex” deste reservado país da Europa Central.

Entre os presentes destaca-se relógio de mesa de ouro inspirado no icônico Rolex Datejust, bem como barra de ouro quilogramas com dedicação pessoal no valor superior a 130 mil euros. “Além de montanhas de elogios”, como descreveu o meio de comunicação norte-americano Axios, ecoando as especulações que circulam no X.

Várias fotos compartilhadas pelo senador puderam ser vistas nesta rede social. Markwayne Mullinem que um relógio de ouro podia ser visto na mesa de Trump. O jornal suíço 24 Heures confirmou que se trata de um artigo raro, de edição limitada, não disponível no mercado e avaliado entre 20.000 e 40.000 francos suíços ou 21.700 a 43.400 euros. Quando questionada sobre isso, a Rolex se recusou a comentar.

Ao gosto do presidente

A escolha do presente não foi acidental. De acordo com Axios, Jean-Frédéric DufourCEO da Rolex, inicialmente considerou a ideia de dar de presente um relógio de titânio, por considerá-lo mais sofisticado, mas acabou optando por um relógio de ouro, que estivesse mais de acordo com o gosto do presidente americano.

Esta questão causou acalorado debate na Suíça e nos Estados Unidos. A Radio Télévision Suisse (RTS) lembrou que embora presentes diplomáticos não pode ser rejeitado nos Estados Unidos, qualquer item cujo valor exceda US$ 480 deve ser declarado, registrado e posteriormente depositado no Arquivo Nacional ou em uma futura biblioteca presidencial.

Estes presentes somam-se a uma longa lista de presentes, como tacos de golfe de ouro doados pelo primeiro-ministro japonês, espadas da Arábia Saudita ou mesmo um retrato em tamanho real do próprio Trump doado por El Salvador. Em maio passado, Trump também aceitou um Boeing 747-8 Jumbo de US$ 400 milhões doado pelo Catar.

A obrigação de declarar estes presentes foi ignorada por Trump durante o seu primeiro mandato, quando não declarou mais de uma centena de presentes estrangeiros. Na Suíça, o tablóide suíço-alemão Blick observa que o artigo 322.º do Código Penal Suíço sobre a corrupção de líderes estrangeiros pode ter sido violado.