dezembro 17, 2025
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MADRI, 16 anos (EUROPE PRESS)

O presidente eleito do Chile, José Antonio Cast, anunciou terça-feira, na capital argentina, Buenos Aires, que propôs a vários países latino-americanos a abertura de um corredor humanitário para devolver os migrantes aos seus países de origem, especialmente à Venezuela.

“Precisamos de coordenação para abrir um corredor humanitário para o retorno dessas pessoas aos seus países. Tivemos uma recepção muito boa nas conversas que pude ter com diferentes países da América do Sul”, afirmou em declarações à imprensa desde a capital argentina.

Caste, que se reuniu durante o dia com o presidente argentino, Javier Milley, confirmou que conversou sobre o assunto com os líderes do Panamá, Costa Rica, El Salvador, Peru e Equador, que concordaram que “a situação na Venezuela é inaceitável”.

“Apoio qualquer situação que termine em ditadura, ditadura da droga. Obviamente não podemos interferir nisto porque somos um país pequeno, mas somos vítimas do terror, o que implica uma ditadura”, afirmou, aludindo às operações dos EUA contra os cartéis da droga nas Caraíbas e à possível intervenção de Washington na Venezuela.

Relativamente à situação da imigração, o presidente eleito explicou que o país está “a receber imigração (irregular) superior a 11 ou 12 por cento da população migrante”. Isto “causa grandes danos aos residentes do país”, bem como ao próprio migrante.

Neste sentido, atribuiu o aumento da migração ilegal, especialmente da Venezuela, ao facto de o Chile ser “economicamente mais estável, ter um sistema de saúde razoável, um sistema educativo bastante bom” e “potencial de habitação e segurança”.

“Não temos problemas em aceitar pessoas que vão trabalhar com contrato estável e se identificam na fronteira, mas hoje, fruto da imigração, temos mais de 300 mil pessoas entre mais de dois milhões de migrantes em situação ilegal”, explicou.

Kast disse que sempre “respeitarão a lei e as normas estabelecidas”. “A transparência é absolutamente necessária e foi o que demonstrou a Controladoria ao descobrir que pelo menos mil pessoas abusaram do sistema de saúde, tiraram férias pagas por todos os chilenos e saíram de férias”, assegurou.

CANDIDATO DE BACHELETE

Além da questão da imigração, Cast confirmou que se reunirá em dezembro com a ex-presidente Michelle Bachelet sobre a sua candidatura à chefia do Secretariado-Geral da ONU.

“Vou me encontrar com ela e então isso também precisará ser analisado. A decisão não precisa ser imediata”, esclareceu Cast, acrescentando que “apesar das divergências”, ele “sempre” estará disposto a ouvir.

Bachelet, que cumpriu dois mandatos consecutivos como presidente do Chile (2006-2010 e 2014-2018), concorre para substituir o português António Guterres, de 75 anos, que completa o seu segundo mandato como secretário-geral em 31 de dezembro de 2026.

Se eleita, será a primeira mulher a ocupar esse cargo nos 80 anos de existência da organização, e a segunda pessoa da América Latina, já que o cargo foi ocupado pelo peruano Javier Perez de Cuellar de 1982 a 1991.

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